Não falta mais nada. Se você esperava que o próximo Congresso Nacional tivesse mais qualidade e fosse menos fisiológico que o atual, pode começar a tirar o cavalinho da chuva. Sinal disso é que Oscar Maroni, maior empresário do país no ramo da prostituição – e certamente o mais notório e polêmico -, decidiu mesmo entrar para a política.
Depois de alguma vacilação, vai mesmo concorrer a uma vaga de deputado federal por São Paulo, onde seu principal negócio, o Bahamas Hotel Club, em Moema, é um suntuoso templo do hedonismo, com 1.740 metros e aberto 24 horas por dia. O próprio site classifica a casa como o “maior centro de entretenimento para adultos da América Latina”.
Maroni, que de tempos em tempos frequenta o noticiário, apareceu no início de abril, vestido de irmão Metralha, com uma bandeira do Brasil, distribuindo 9 mil cervejas para festejar prisão de Lula. Era o cumprimento de uma promessa.
Em um vídeo, Maroni foi mais longe e chegou e dizer que gostaria que o ex-presidente fosse morto na cadeia. Depois se retratou, do seu jeito. “No vídeo, eu faço um comentário que eu gostaria que o Lula morra ou que o matassem na prisão. Falei errado e retiro. Quero que ele fique vivo e apodrecendo.”
Fã do juiz federal Sérgio Moro, já disse que ele “tem acesso vitalício ao Bahamas”.
O curioso é ver a mídia tratar um assumido dono de prostíbulo como “empresário” ou “magnata do sexo” e sua Bahamas como “casa de show”.
Ele também é tratado como “psicólogo”, sua profissão de origem, e “fazendeiro”.
Em abril, integrantes do MST invadiram sua fazenda, Santa Cecília, em Araçatuba (SP).
Maroni é queridinho em colunas sociais e talk shows, já tendo concedido entrevistas a programas como The Noite, com Danilo Gentili, e Amaury Jr.
Com tamanha boa vontade, e certamente uma lista seleta de clientes, Maroni espera não ter dificuldade de se eleger.
O que deve facilitar sua vida, nos muitos processos que responde por favorecimento à corrupção, e dificultar que, com imunidade, seja preso. De novo. Já foi quatro vezes.
Sua candidatura, segundo ele próprio declarou, seria pelo PROS, o o Partido Republicano da Ordem Social. Ele já foi filiado ao PT do B, hoje Avante. Em sua biografia autorizada “O Colecionador de Emoções”, Maroni já revelou que quer chegar a presidente da República.
Se nada der certo – ou mesmo que dê -, Maroni já tem outros planos. Ele – que já participou do reality show A Fazenda, na Record, vai lançar agora com sua família um programa que levará o nome da família “Os Maronis”. O reality vai mostrar o dia a dia da família, com foco no trabalho de Oscar Maroni à frente do Bahamas e a vida da filha Aritana com o marido Paulo Rogério nos eventos de culinária que participam.