O técnico da Seleção, Dunga, afirmou em entrevista à revista Época que o Brasil atualmente não tem nenhum jogador que possa ser chamado de craque – nem mesmo Neymar, definido por ele mesmo como “o melhor jogador brasileiro”. De acordo com o treinador, para ter o “carimbo de craque”, o atacante do Barcelona precisa decidir “de cada dez partidas, pelo menos cinco ou seis”, além de ser campeão do mundo.
Na visão do treinador, porém, Neymar tem qualidade para decidir uma alta quantidade de jogos desde que tenha uma equipe sólida por trás. Segundo Dunga, o problema do Brasil é que qualquer jovem que se destaca rapidamente já recebe o rótulo de craque, colocando sobre ele uma pressão difícil de ser assimilada. “Até ter uma afirmação emocional, psicológica, física e técnica, ele (jogador jovem) vai oscilar”, alertou o técnico.
O novo treinador da Seleção Brasileira também defendeu o antigo. Para Dunga, as críticas sobre Luiz Felipe Scolari após a Copa do Mundo foram excessivas, já que “é fácil falar” estando de fora, depois do resultado. O ex-volante elogiou o retorno de Felipão ao futebol brasileiro para comandar o Grêmio e reclamou que, no Brasil, “só apontamos os defeitos dos ídolos”, além de afirmar que Scolari é “vencedor, competente e íntegro”.
A primeira convocação de Dunga acontece na próxima terça-feira, dia 19 de agosto, para amistosos em setembro contra Colômbia e Equador. O técnico prometeu “uma mescla entre jovens e veteranos” para “aguçar a competitividade” e não deixar ninguém se acomodar. Ele também disse que vai ouvir a opinião de outras pessoas da CBF, mas que a palavra final será da comissão técnica.
Dunga também comparou a derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa a uma luta de boxe em que “o Brasil levou o primeiro golpe e a Alemanha não deixou respirar”. Ele disse que, no momento do primeiro gol alemão, comentou para a emissora árabe Al Jazira que o Brasil iria reagir e virar a partida, mas depois ficou “procurando uma explicação”. Ele também disse que um resultado tão elástico contra a Seleção “não vai mais acontecer”.