Ecosol Fest reúne empreendimentos e iniciativas de economia solidária

A capital paulista sedia o 1º Festival Cultural de Economia Solidária, realizado paralelamente à 4ª Feira da Agricultura Familiar, no Vale do Anhangabaú, região central da cidade. Até este sábado (17) à noite, a programação do Ecosol Fest inclui uma série de atrações, oficinas e palestras que reúnem empreendimentos e iniciativas inseridas na economia solidária do município. Haverá ainda uma praça de alimentação com produtos exclusivamente feitos por empresas do setor.

A iniciativa é das secretarias municipais de Assistência e Desenvolvimento Social, de Desenvolvimento, Trabalho, Empreendedorismo e Segurança Alimentar e Nutricional, de Direitos Humanos e Políticas para as Mulheres juntamente com a Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol Brasil) e a União Popular de Mulheres (UMP), com o apoio da Subsecretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho.

De acordo com o presidente da Unisol Brasil, Leonardo Pinho, a maioria das pessoas é da capital, mas há também participantes de outras localidades do estado, que fornecem produtos para empresas da cidade e até mesmo para a prefeitura. “Trouxemos redes de cooperativas que produzem em vários locais. O objetivo é mostrar para a cidade que existe um jeito de fazer economia que não se restringe à relação patrão-empregado e mostrar que precisamos promover com as populações vulneráveis a inclusão produtiva, além de divulgar esse trabalho e comercializar os produtos”.

O secretário Desenvolvimento, Trabalho, Empreendedorismo e Segurança Alimentar e Nutricional, Arthur Henrique da Silva Santos, disse que a feira é o resultado de várias ações implementadas pela administração municipal em conjunto com várias secretarias, apoiando grupos de economia solidária. “Eles mostram o resultado de um trabalho e a melhoria dos produtos ao longo do aprendizado. Mostram também que é possível construir uma estratégia de desenvolvimento a partir do pequeno negócio, empreendedor, e não com a visão de empreendedorismo que libera e competição, mas com uma questão de construção coletiva e solidária”.

Arthur Henrique ressaltou que a economia solidária é uma forma de acolher as pessoas em situação vulnerável e ensinar a elas uma atividade que permita a geração de renda e autonomia econômica. Nos últimos dois anos, pelo menos 800 pessoas foram envolvidas nesse processo e mais de 40 grupos de diferentes setores econômicos participaram.

A agricultora familiar Eliene Alves dos Santos, de Juquiá, sempre viveu na roça, onde cultiva legumes, verduras e frutas> Há alguns anos, ela e outros agricultores da região criaram uma associação com apenas três pessoas e hoje já participam mais de 100. Eles vendem seus produtos para uma cooperativa e participam da maioria das feiras e eventos. “É bom para termos contato com pessoas e produtos diferentes, divulgar o trabalho e vender mais. Minha vida depois da associação está bem melhor, temos vontade de produzir porque temos para quem vender. Nós vivemos dessa renda e dá para viver muito bem”.

Aos 68 anos, Nilton Pascoal Fernandes participa de um grupo de sete pessoas que há dois anos produzem azulejos, pisos e vasos de cimento e argamassa. Ele e os colegas aprenderam o ofício por meio de um projeto da Universidade de São Paulo e gostaram do trabalho. Hoje, Nilton, que não tinha casa e dormiu por 15 anos em albergues, tira seu sustento dessa atividade. “Fizemos uma cooperativa e estamos trabalhando. Antes desse trabalho foi muito difícil, passava fome, tinha uma dificuldade danada. Agora a vida melhorou cem por cento, dá para tirar uma renda mensal. Nós vendemos bem, temos muitas encomendar e estamos comprando as ferramentas aos poucos”, contou.

Artigo anteriorItaipu ultrapassa Três Gargantas e reassume liderança em produção de energia
Próximo artigoAssaltantes são presos depois de manterem uma família refém por três horas