Eduardo Braga se diz indignado com matéria da revista Veja que associou o seu nome a esquema de propina

Má-fé ou uma tremenda barrigada – que no jargão jornalístico pode ser entendido como um erro ou quando determinado veículo de comunicação, oferece uma informação com erros graves -, é o mínimo que se pode inferir à matéria  da Revista Veja  ao vincular o nome do ministro Eduardo Braga (PMDB) a esquema de propina pago pela empreiteira Andrade Guitierrez por contratos das obras da Copa de 2014 em Manaus.

Na hipótese de não se tratar nem de má-fé tampouco de barrigada cabe a revista, como preconiza o catecismo do bom jornalismo, ser mais clara, ou seja, matar a cobrar e mostrar o pau. E não foi o que fez.

Ora, como poderia Eduardo Braga ter recebido propina da Andrade Guitierrez, como sugere Veja, supostamente respaldada em informações extraídas da delação premiada do ex-presidente da empresa, senhor Otávio Azevedo, em 2014?

Como diria Sherlock Holmes há algo de estranho nessa história, meu caro Watson.

Em 2014, Eduardo Braga não era mais governador, ou era? Não, claro que não era. O governador de fato e de direito era Omar Aziz, cuja obra – a Arena da Amazônia – foi iniciada e concluída na gestão do mesmo.

Em nota oficial, Eduardo Braga manifesta-se surpreso não só com a notícia publicada por Veja, mas também com as declarações atribuídas a Otávio Azevedo, em Delação Premiada.

“Saí do Governo do Estado em Março de 2010, sem praticar nenhum pagamento ou aditivo para obras relacionadas com a Copa do Mundo, muito menos da Arena da Amazônia”, rebate o senador, que enfatizou: “espero
ter acesso às informações para poder responder na forma jurídica e com transparência ao Povo do Amazonas. Meu único empenho foi em conquistar o direito para nosso Estado”.

Em uma breve busca no Sicop, Mapa Vivo de Obras, consta que, de fato, no período de vigência da obra da Arena da Amazônia -01/07/2010 a 10/06/2014 – o dono do poder no Amazonas atendia pelo nome de Omar Aziz e não Eduardo Braga.

Agora é esperar que o próprio Eduardo Braga desate o nó.

sicop 7

 

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