Trazer ao espaço prisional uma nova perspectiva que contribua com a reconstrução de um projeto de vida ao aprisionado é, sem dúvida, um dos maiores desafios enfrentados na Educação Prisional. Sob esse aspecto, a Secretaria de Estado de Educação e Desporto – em parceria com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) – promove, a partir desta sexta-feira (02/10), no Centro de Formação Profissional Padre José Anchieta (Cepan), uma série de encontros formativos com professores que atuam dentro do sistema prisional do Amazonas.
Nesta primeira etapa, 28 docentes da Escola Estadual (EE) Giovanni Figlioulo, localizada na BR-174, puderam dialogar sobre a educação no processo de ressocialização e composição da cidadania e trabalho, além de debaterem sobre o conceito de educação e prisão.
“Ali, estão pessoas que precisam de atenção e cuidados. Esperamos que estes professores, que aqui estão, possam compreender a missão de educar pessoas em privação de liberdade, entendendo o desafio de contribuir com a mudança do indivíduo que está em situação de prisão”, enfatiza o secretário de Educação, em exercício, Luis Fabian Barbosa.
A formação de professores permite que projetos educativos se construam com a política de desenvolvimento integral, compreendendo as necessidades e espaços de aprendizagem para a ressocialização das pessoas em situação de restrição e privação de liberdade, nas escolas públicas presentes nas unidades prisionais do Amazonas. Até o fim de 2020, outros nove encontros formativos devem acontecer, sempre às sextas-feiras, dias reservados aos trabalhos pedagógicos nas escolas.
Atuante nas unidades prisionais há nove anos, o professor Renato Lima relata como é a sua rotina de educador dentro do sistema prisional. “Sem dúvida, é um desafio. A educação prisional muda não somente os detentos, como, também, influencia na nossa mudança pessoal, pois, ao adentrar nesse espaço, nós nos deparamos com uma outra realidade. Apesar de não ser um ambiente fácil de trabalhar, de forma alguma se trata de um ambiente hostil, como é divulgado”, conta.
A Política de Educação em Prisões é um direito garantido pela resolução nº 2, de 19 de maio de 2010, que dispõe sobre as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais.
Parceria – A parceria entre Secretaria de Estado de Educação e Desporto, Seap e UEA cumpre as demandas do direito à educação e atende à oferta da Educação de Jovens e Adultos (Eja) no sistema prisional, com a ampliação de vagas para os detentos, oferecimento da formação em serviço e continuada para professores e aquisição de acervo bibliográfico para as bibliotecas prisionais do Amazonas.