Um tribunal do Egito condenou hoje (8) mais de 700 pessoas por um protesto ocorrido em 2013, após a saída do presidente Mohamed Morsi do poder. No veredicto em massa, 75 réus foram condenados à morte e 47 à prisão perpétua, incluindo membros de alto escalão da Irmandade Muçulmana.
Organizações de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional (AI), criticaram o julgamento, classificando-o como “injusto” e como uma violação da Constituição do Egito. O protesto, que terminou de forma violenta, ocorreu em agosto de 2013, na praça Rabaa al-Adawiya, no Cairo, em apoio ao presidente Mohamed Morsi, o primeiro líder eleito livremente e retirado do poder um ano depois por militares guiados pelo atual mandatário, Abdel Fattah al-Sisi. Durante os protestos e a repressão, morreram 600 pessoas. Os sentenciados foram condenados por crimes como incitação à violência, assassinato, protesto ilegal e danos à propriedade privada. Um dos réus, o fotojornalista Mahmoud Abu Zeid, foi condenado a cinco anos de prisão. Ele cobria a manifestação e está detido desde 2013.
No início de 2018, o Parlamento egípcio concedeu imunidade a oficiais militares por crimes e reações violentas cometidos entre julho de 2013 e janeiro de 2016. (ANSA)