Em mais uma contradição, Bolsonaro diz que não convocou ninguém para manifestação do dia 15

247 – Jair Bolsonaro mentiu mais uma vez sobre os atos do dia 15 de março, que convocou para atacar o Congresso Nacional. Após ter chamado as manifestações novamente no último sábado, 7, ele negou nesta quarta-feira, 11, que tenha feito uma convocação. Em outra ocasião, ele chegou a dizer que sua convocação era para atos de 2015, mesmo que o vídeo compartilhado por ele via WhatsApp tivessem imagens da facada, que aconteceu em 2018.

No final de semana, quando fazia escala em Boa Vista (RR), durante sua viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro disse: “É um movimento espontâneo. Então participem, não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário. É um movimento pró-Brasil”. “Quem diz que é um movimento impopular contra a democracia está mentindo e tem medo de encarar o povo brasileiro”, acrescentou.

Na entrada do Palácio da Alvorada, em Brasília, entretanto, Bolsonaro disse nesta quarta: “eu não convoquei ninguém. Pergunta para quem convocou. Você pergunta para quem convocou”, quando foi questionado se o avanço da crise do coronavírus impacta a organização dos atos pró-governo marcados para este domingo em diferentes cidades do país.

Seus chamados para os atos, porém, estão registrados em vídeos. Ademais, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência publicou nesta quarta uma mensagem nas redes sociais que também chama para as manifestações.

O fato de Bolsonaro ter falado de que se trata de manifestações “pró-Brasil” e não contra os outros poderes da República é mais uma mentira. Como fica explícito com conteúdo divulgado nas redes pelos apoiadores do governo, elas têm como principal foco atacar o Legislativo e o Judiciário.

A disputa entre o Executivo e o Legislativo sobre o Orçamento da União, além disso, é um foco de crise que tem aumentado as tensões entre os dois poderes. Nesta semana, Bolsonaro chantageou o Congresso a desistir de ser “dono de de R$ 15 bilhões” do Orçamento, reforçando que a “população não quer”.

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