Empregados dos Correios em Brasília aceitaram a proposta apresentada pela diretoria da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e encerraram a greve, iniciada no último dia 15. A decisão foi tomada durante assembleia ontem (21) em frente ao Ministério das Comunicações.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Brasília informou que, após quase dois meses de impasse nas negociações, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) fez reunião de mediação e chegou a uma proposta que prevê o pagamento de gratificação de R$ 150 mensais a partir de agosto e mais R$ 50 a partir de janeiro de 2016 até agosto de 2016, sem reajuste salarial.
Segundo os Correios, foi acordado também reajuste de 9,56% em benefícios como auxílio-alimentação, auxílio para dependentes especiais e auxílio-creche/babá e ajuda a resolver impasses em torno do plano de saúde dos trabalhadores, pois a empresa se comprometeu a criar uma comissão mista para tratar do assunto.
Na assembleia que deflagrou a greve, o pacote chegou a ser rejeitado pela categoria. Posteriormente, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno, a categoria entendeu que houve avanço no processo de negociação, pois haverá ganho de aproximadamente 15% no valor recebido, ainda que não seja incorporado ao salário e sim a gratificações e auxílios.
Nacionalmente, segundo a CUT em Brasília, a categoria permanece dividida – enquanto 16 sindicatos aprovaram a proposta, 15 continuam em greve. Os Correios ajuizaram dissídio coletivo para que o TST defina a situação. Na sexta-feira (25), está agendada audiência de conciliação entre as partes.
Os Correios informaram que, nas localidades em que a paralisação continua, medidas como a realização de horas extras e mutirões, além de apoio do administrativo e realocação de empregados, estão sendo adotadas na tentativa de garantir a manutenção dos serviços.
As agências permanecem abertas e serviços como entrega via Sedex e Banco Postal estão disponíveis. Levantamento feito pela empresa ontem mostra que 89,88% do efetivo dos Correios não aderiram ao movimento – o que corresponde a 107.224 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença.
“O movimento está concentrado na área de distribuição, portanto, pode haver atraso na entrega – do total de 30.886 carteiros que deveriam trabalhar nos locais em que há paralisação, 10.724 não compareceram: 34,72%”, informou.