Empresas de Wall Street são multadas em US$ 549 milhões por uso de WhatsApp; entenda

Diversas empresas de Wall Street, como a Wells Fargo e o BNP Paribas, assumiram na terça-feira (8) que usam WhatsApp, Signal e outros aplicativos de mensagens para comunicações “fora do canal”, violando os requisitos federais de manutenção de registros.

Ao reconhecerem as irregularidades, as empresas concordaram em pagar multas que somam US$ 289 milhões, ou cerca de R$ 1,4 bilhão, para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês).

Além disso, outro órgão regulador, a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), também aplicou punições.

A CFTC multou o Banco de Montreal em US$ 35 milhões (R$ 171,5 milhões). Enquanto isso, a BNP Paribas, a Societe Generale e a Wells Fargo foram multadas em US$ 75 milhões (R$ 367,5 milhões) cada uma.

O órgão multou as empresas de Wall Street por não manterem registros e não supervisionar assuntos relacionados a seus negócios.

No total, as multas somam US$ 549 milhões (cerca de R$ 2,69 trilhões).

Durante investigação, a SEC disse que descobriu “comunicações ‘fora do canal’ difundidas e de longa data” na Wells Fargo, BNP Paribas, SG Americas, BMO Capital Markets, Mizuho Securities, Houlihan Lokey, Moelis, Wedbush e SMBC Nikko Securities America.

De acordo com os reguladores, essas empresas admitiram que, pelo menos desde 2019, seus funcionários costumavam se comunicar sobre negócios por meio do WhatsApp, iMessage, Signal por meio de seus dispositivos pessoais.

A SEC disse que as empresas violaram as leis federais de valores mobiliários ao não manter ou preservar a “maioria substancial” dessas comunicações, e que mais ações podem estar a caminho.

“Sabemos que outras entidades regulamentadas pela SEC cometeram violações semelhantes e, portanto, nosso trabalho para garantir a conformidade em todo o setor continua”, disse Sanjay Wadhwa, vice-diretor de fiscalização da SEC, em comunicado.

As multas aplicadas fazem parte de uma série de medidas adotadas por reguladores em uma recente investida contra o que os órgãos chamam de falha em manter e preservar as comunicações eletrônicas usando dispositivos pessoais.

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