O ministro de Hidrocarbonetos do Equador, Carlos Pérez, declarou nesta quinta-feira (31) que, se em um mês a Odebrecht não solucionar os problemas detectados no poliduto Pascoal Cuenca, pode considerar esse contrato encerrado. A informação é da EFE.
“Ao meu ver, se a empresa não está disposta a resolver os problemas, não temos outra alternativa que dar por terminado esse contrato. O país não vai lhes entregar mais dinheiro”, disse Pérez, ao referir-se a uma obra que demandou US$ 600 milhões de investimento.
Se concretizar este ultimato, o Estado deverá assumir os custos de reparação do equipamento, com a garantia existente de US$ 60 milhões.
“Nós teríamos que ver alternativas para terminar o projeto com outras empresas e fazer a remediação que isto acarreta”, disse o ministro, detalhando que entre os danos detectados na infraestrutura estão a instabilidade do solo, taludes em risco de entrar em colapso e falhas no projeto.
O ministro equatoriano disse ainda que o que mais preocupa as autoridades é o fato de que o poliduto não conta com uma estação de regulagem de pressão, “o que está sendo feito manualmente através de duas válvulas. Pode causar um dano às instalações, porque a pressão que está entrando é excessiva”, explicou Pérez.
A obra do poliduto é considerada uma das mais importantes do país, e foi concebida para transportar combustíveis ao longo de sete províncias.
Em dezembro do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que a Odebrecht havia pago US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina e da África, incluindo o Equador.
O relatório americano indicou que no Equador, entre 2007 e 2016, a construtora brasileira pagou subornos no valor de mais de US$ 35,5 milhões a “funcionários do governo”, o que supostamente lhe gerou lucros de mais de US$ 116 milhões.