247 – Uma nova reportagem do site Intercept Brasil, desta vez em parceria com a revista Veja, reforça novamente que o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, tentava interferir no trabalho do Ministério Público Fexderal (MPF-PR) ao dar orientação sobre investigações. Em junho de 2017, Ronaldo Queiroz, procurador da força-tarefa da Operação Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR), cria um grupo no Telegram com o também procurador Deltan Dallagnol para avisar que foi procurado pelo advogado do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, (MDB-RJ), para iniciar uma negociação de delação premiada.
Segundo Queiroz, as revelações poderiam ser de interesse dos procuradores de Curitiba, Rio de Janeiro e Natal, onde corriam ações relacionadas ao político. No dia 5 de julho, o então juiz responsável pelo julgamento dos processos da Lava Jato em primeira instância, Sérgio Moro, questiona Dallagnol sobre rumores de uma delação de Cunha, depois que o advogado Délio Lins e Silva Júnior conseguiu marcar reunião com procuradores.
“Espero que não procedam”, diz Moro.
Dallagnol confirma ao juiz que está programado apenas um encontro com o advogado para que os procuradores tomem conhecimento dos anexos. “Acontecerá na próxima terça. estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par”, afirma.
Mor reforça seu posicionamento. “Agradeço se me manter (sic) informado. Sou contra, como sabe”.
Segundo procuradores, Cunha e o doleiro Lúcio Funaro falariam sobre os mesmos temas, o que tornaria desnecessária as duas colaborações premiadas.
Em 30 de julho, Queiroz afirma que o material é fraco. No dia seguinte, uma mensagem do procurador Orlando SP, provavelmente Orlando Martello Júnior, traz o posicionamento de procuradores da capital paranaense, o mesmo de Moro: “Achamos que o acordo deve ser negado de imediato”.