A partir do projeto “Plantas medicinais de uso popular tradicional na Amazônia: identificação, extração, plantio e processamento básico na comunidade Três Unidos, APA Rio Negro”, estudantes da Escola Estadual Samsung do Amazonas pretendem elaborar um catálogo com as plantas medicinais usadas pelos comunitários e pelos índios Kambebas. A comunidade fica situada na margem do Rio Negro.
O projeto de pesquisa é realizado sob a coordenação do professor José Maria Gomes da Silva no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), que recebe fomento do Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do edital da chamada pública Nº 001/2016 – PCE/FAS. A previsão é que o projeto seja concluído em março deste ano.
Segundo o professor, o estudo pretende identificar e documentar o uso de métodos e técnicas de cultivo de plantas medicinais. A pesquisa mostrará que as comunidades ribeirinhas, inclusive a comunidade indígena dos Kambebas, fazem uso de muitas espécies sem dados químicos e farmacológicos registrados.
A interação entre os jovens pesquisadores e os índios Kambebas tem sido proveitosa e contribui com o andamento do estudo, como explica o professor.
“Tem sido bastante satisfatória a interação de valores de conhecimentos sobre algumas plantas, pois mesmo que existam algumas plantas na aldeia, eles (os Kambevas) não sabiam exatamente suas propriedades e quais seus benefícios, como por exemplo, o Pinhão-Branco que em tem vários benefícios entre eles, antidiabética e anti-inflamatória, mas também é muito tóxica. O embrião da semente pode levar à cegueira, devido ao estado de alucinações que produz”, explicou o professor.
O coordenador ressalta que os resultados já alcançados são satisfatórios e refletem diretamente no bem-estar da população daquela região.
“Toda pesquisa científica deixa um legado bastante significativo. Esse campo de plantas medicinais ainda é pouco explorado. Você já imaginou, algum dia, um médico receitar um determinado tipo de medicamento, e, ao invés de você ir a uma farmácia dirigir-se ao seu pequeno canteiro e pegar o remédio que você necessita? É utopia, mas quem sabe um dia?”, indagou o educador.