Uma grande gritaria – um alarido desmedido, fantasioso, calculado – foi o que fizeram, sem exceção, deputados das mais diferentes cores partidárias com assento na Assembleia Legislativa (Aleam) para desqualificar tudo o que pode ser entendido como vícios insanáveis apontados na licitação realizada pelo ex-secretário de Educação, Luiz Castro, para o transporte escolar da zona rural do interior do estado.
Pois muito bem. Convocações espalhafatosamente noticiadas na imprensa local foram feitas para colocar tudo em pratos limpos como, por exemplo, a existência de um tal de “mensalinho”, que em linguagem mais direta é chamado de propina.
O resultado? Um monte de contradições próprias de qualquer parlamento.
Ou seja, “tudo continua como dantes no quartel de Abrantes”.
A estudantada continua a dar lucros fabulosos aos vencedores da licitação, à exemplo da empresa S. L. S. COMBUSTÍVEIS E NAVEGAÇÃO LTDA – EPP – CNPJ: 09.250.485/0001-46, que promete transporte de primeiro mundo, segurança e conforto para assegurar o contrato.
Nem um deputado, entretanto, seja ele propineiro ou não, ocupou a tribuna do legislativo estadual para defender ou condenar o tipo de transporte oferecido a milhares de estudantes do beiradão.
Não ocuparam porque, a eles, o beiradão só interessa em período eleitoral.
Enquanto isso, milhares de estudantes de dezenas de comunidades ribeirinhas, à exemplo das de Porto Praia e Barreira da Missão Betel, ambas localizadas no município de Tefé, são levadas às suas respectivas escolas no que há de pior em matéria de transporte.
Nas canoas do tipo rabet da empresa S. L. S. COMBUSTÍVEIS E NAVEGAÇÃO LTDA – EPP, a alunada é entulhada como animais, transportados durante a enchente, da várzea para a terra firme, em imundas e apertadas marombas.
Nem uma autoridade grita ou faz alarido contra repulsiva e indecorosa indecência .
Por quê?