O Estadão publicou ontem (22) matéria assinada pelos jornalistas Fabio Serapião e Luiz Vassallo com o título: ‘É o bandido mor deste Estado, que é o irmão do governador’, se referindo ao ex-secretário de administração do Amazonas, Evandro Melo, irmão do governador cassado José Melo.
No decorrer das investigações da Operação Maus Caminhos, desencadeada pela Polícia Federal, os policiais encontraram uma gravação no celular da enfermeira e delatora Jennifer Nayiara Ferreira Roufino, onde o empresário e médico Mouhamad Moustaf fala do pagamento de propinas a políticos e a Evandro Melo para manutenção de contratos com o Poder Público.
No áudio encontrado no telefone da enfermeira Jennifer Nayiara, Mouhamad fala da morre do militante do PDT Alexandre, seqüestrado e executado com um tiro na nuca.
Afirma que Evandro Melo mandou matar o cara (Alexandre) que atirou notas no seu irmão (José Melo).
“Um inquérito todo de homicídio nas costas dele formação de quadrilha, de ter mandado matar o cara que atirou as motos no irmão dele, o processo é criminal tem prova disso o executor tá preso, os dois, os dois executores estão presos, já falou que foi o cara o comandante da polícia que está afastado que mandou, entendeu? E você vai falar com o cara ele não tá nem ai… Ele não perde tempo se reunindo, tipo assim seis horas da tarde ele tá na casa dele todos os dias”, relata.
Reportagem na integra
Uma gravação ambiental encontrada pela Polícia Federal no celular da enfermeira e delatora Jennifer Nayiara Ferreira Roufino revela um empresário da área de saúde do Amazonas detalhando fraudes em contratos e citando repasses a políticos para a manutenção de seus contratos com o Poder Público. O arquivo é mais uma prova do suposto desvio de R$ 100 milhões investigado no âmbito da Operação Maus Caminhos, que culminou, em dezembro, na prisão do ex-governador do Amazonas José Melo (PROS). No áudio, o empresário cita o irmão de Melo, Evandro Melo, como ‘bandido mor desse Estado’.
O ex-governador, preso desde 21 de dezembro, é o principal alvo das investigações. Cassado por compra de votos nas eleições de 2014, ele teria recebido propina de R$ 20 milhões, segundo a Polícia Federal.
Suspeito de desviar R$ 100 milhões em contratos com o governo estadual, o empresário Mouhamad Mustafá já havia caído em grampos em que menciona supostos repasses ao ‘velhinho’, alcunha atribuída a Melo, também aparece em um áudio de uma suposta reunião recuperado do celular de sua sócia, que firmou delação premiada.
Durante o encontro, que teria ocorrido no dia 15 de junho de 2016, Mouhamad menciona fraudes na execução de contratos em nome de um tal ‘custo político’.
“Dentro da realidade do Estado o nosso tá menor, então… E outra coisa, e vai ficar menor ainda. Vai ficar menor ainda por que? Porque eu não me… Eu estou notificando agora no fim de junho a esterilização, a empresa de esterilização, do qual eles vão ter 30 dias pra sair do contrato, que é quando tá ficando as nossas bases prontas lá, vai entrar a Salvare pra fazer o serviço de esterilização. Porra mais um pra Salvare?! Só que a Salvare vai perder coisa agora também, eu vou diminuir a medicação da Salvare, eu vou diminuir tudo, só que o que acontece? Eu preciso, eu preciso de conversar de uma maneira clara com todo mundo, como eu falei, dá pra trabalhar 100% correto? Dá! Só que quando a gente trabalha 100% correto a mesma notificação que eu to mandando hoje pra esterilização vão mandar pra mim dizendo que tão tirando um contrato, que pra eu trabalhar 100% correto doutor eu não vou poder dar CUSTO POLÍTICO pra ninguém”, afirmou.
No mesmo áudio, para defender a prática, o empresário cita o irmão do ex-governador, Evandro Melo, atualmente em prisão domiciliar.
“E ninguém aqui tá tipo assim com aquela consciência, o que eu costumo dizer lá do do Evandro, que é bandido mor aqui desse Estado, que é o irmão do Governador, que é o Secretário de Administração, que ele sim, o cara tá com um… Um… Um inquérito todo de homicídio nas costas dele formação de quadrilha, de ter mandado matar o cara que atirou as motos no irmão dele, o processo é criminal tem prova disso o executor tá preso, os dois, os dois executores estão presos, já falou que foi o cara o comandante da polícia que está afastado que mandou, entendeu? E você vai falar com o cara ele não tá nem ai… Ele não perde tempo se reunindo, tipo assim seis horas da tarde ele tá na casa dele todos os dias”, relata.
Na mesma reunião, Moustafá volta a justificar os repasses a políticos.
“É um custo “X’ que se gasta, daquilo eu tenho que tirar “Y “ que é o que eu tenho que passar pra eles. Então se eu for passar agora pra ir pro lado da, do, do, do 100% honesto, entendeu?! Bora cotar em contra… E cotar pelo menor preço, a sobra vem em milhões, o que vai acontecer? Vão tirar a gente po…”
“Então mesmo em meio dessa crise toda a gente vai ter que buscar uma maneira de legalizar ao máximo mas tendo noção que tá legalizando o ilegal, entendeu?! Eu não sou obrigado a tá nisso, a JENNIFER não é obrigada a tá nisso, a PRISCILA não é obrigada a tá nisso, o senhor não é obrigado a tá nisso. Eu estou por opção, porém não to só por opção, estou por viver disso. Hoje é uma questão de conta, tira todos os nossos contatos públicos, onde a gente tem cota política metida e tal a empresa não sobrevive, se você colocar do que eu faço nas minhas particular, a TOTAL só tem (inaudível) público, a OS já é uma coisa que é só público, se eu passo pra SALVARE só (inaudível) particular, eu não mantenho nem a sede aquele que a gente tinha lá na Silves em aberto, tem que sair fechando tudo, entendeu?! Então bom seria se eu conseguisse viver de uma coisa tipo eu vivo, tipo eu tenho um negócio paralelo hoje que é da música entendeu?! E mesmo na música tem uma porrada de ilegalidade po! A gente declara menos bilheteria, (inaudível) pega tudo, então enfim a gente vive num país que a base dele é a ilegalidade, em tudo que a gente faz”, conclui.
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