Exames podem auxiliar no diagnóstico precoce das leucemias em idosos

Submeter-se a um check-up anual, incluindo a realização de hemograma (exame de sangue), é uma das maneiras de detectar, de forma precoce, as leucemias crônicas, principalmente quando se trata de pessoas idosas.

Isso porque, a doença pode acontecer mesmo sem a interferência direta dos fatores de risco, como o tabagismo, por exemplo, explica a hematologista Elizabeth Andrade, uma das palestrantes do segundo dia do II Congresso Pan Amazônico de Oncologia, promovido pela Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon).

O evento começou no último dia 27 e segue até o próximo sábado, dia 30, no Centro de Convenções do Manaus Plaza Shopping (avenida Djalma Batista).

O diagnóstico precoce do câncer de pele, dos linfomas e das leucemias, foi tema da primeira rodada de palestras da sala 1 do congresso, durante uma mesa redonda com a temática “Quando você deve pensar em câncer?”, mediada pelo diretor-presidente da FCecon, pneumologista Edson de Oliveira Andrade, nesta quinta-feira.

De acordo com Elizabeth Andrade, tanto as leucemias, quando os linfomas, quando diagnosticados precocemente, têm maiores chances de cura, já que com a evolução, o número de células tumorais aumenta, fazendo com que a doença se torne mais difícil de tratar.

Ela destaca que tabagismo, exposição à radiação e a substâncias tóxicas como benzeno (que faz parte da composição, por exemplo, da gasolina), aumentam as chances de contrair linfomas e leucemias, que se diferenciam por algumas características.

No caso dos linfomas, destacas-e o crescimento de nódulos ou linfoadenopatias (em geral, caroços no pescoço).

Já as leucemias podem se apresentar inicialmente com anemia e hemorragias associadas ao crescimento de fígado e baço. Após o diagnóstico, o tratamento é feito com quimioterapia e/ou radioterapia, explica a hematologista. Sobre as leucemias, dependendo do tipo, é necessário o transplante de medula óssea, assegura a especialista.

Mastologia

Simultaneamente, na sala 2, a programação foi aberta por palestras sobre mastologia, com informações sobre a evolução nos tratamentos para o câncer de mama – com o especialista vindo de São Paulo, Guilherme Novita -, a identificação e o aconselhamento de pacientes de alto risco, técnicas cirúrgicas, biologia molecular e discussões sobre oncofertilidade.

Este último tema consisti na preservação do óvulo, no caso da mulher, para uso posterior ao tratamento contra o câncer, já que alguns procedimentos, a exemplo da quimioterapia, podem reduzir as chances de fertilidade.

Para o homem, o indicado é preservar o sêmen para uma futura inseminação.

Também no segundo dia de palestras, abordagens sobre infecção hospitalar, tumores do sistema músculo esquelético e cirurgias das áreas de cabeça e pescoço foram realizadas, com centenas de participantes.

Nos intervalos, os trabalhos desenvolvidos durante as edições do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic-FCecon), ano passado e em 2013, foram apresentados ao público. A maior parte deles ficará exposta até o encerramento do evento para os congressistas interessados.

As pesquisas foram realizadas na FCecon por acadêmicos de áreas distintas da saúde, como medicina, enfermagem e fisioterapia, e os resultados irão auxiliar, futuramente, na melhoria da assistência ao paciente oncológico.
Entre os temas, estão câncer de pele melanoma e não-melanoma, avaliação da função cognitiva de pacientes com câncer e prurigo pós-radioterapia (lesões na pele). A programação desta quinta-feira foi encerrada por um debate sobre fisioterapia oncológica.

O II Congresso Pan Amazônico de Oncologia inclui cerca de 90 palestras, todas com temas relacionados à área oncológica. Segundo a diretora de Ensino e Pesquisa da FCecon, Dra.

Kátia Luz Torres, o evento vem se consolidando como um dos maiores do País nesta área.

Ela chama atenção para a importância de se realizar uma atividade como esta, multidisciplinar, que engloba profissionais das diversas áreas da saúde, possibilitando a troca de experiência e a atualização dos participantes no que diz respeito aos tratamentos, pesquisas, técnicas de diagnóstico, entre outros.n

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