Morreu na tarde desta quinta, 10, Flávia Costa Hoyos, de 28 anos, no Hospital e Pronto-socorro Platão Araújo, localizado na Zona Leste de Manaus, onde ela estava internada em estado grave.
Segunda-feira, dia 07, três pacientes com graves queimaduras em diversas partes do corpo precisaram dos serviços do melhor e único Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) de Manaus, instalado no Pronto-Socorro 28 de Agosto, localizado na antiga rua Recife, em Adrianópolis.
E como já era previsível, não conseguiram. Não conseguiram porque, como dizia em 2013, um médico do Pronto-Socorro 28 de Agosto, em entrevista exclusiva, que tratamento médico de queimados no Amazonas está pelo menos 10 anos atrasado em relação aos grandes centros do país.
Ele dizia, também, que na hipótese de um acidente com mais dois pacientes com queimaduras graves, o Centro de Tratamento de Queimados não teria material e insumos suficientes para interná-los.
Dito e certo.
Segunda-feira passada, três pacientes adultos, vítimas da explosão de um cilindro de gás, tiveram que ser internados em um ambiente impróprio porque o Centro de Tratamentos de Queimados, conforme apurou o REPÓRTER, não dispunha de material e insumos suficientes para recebê-los.
Assim, como houvera anunciado o especialista do PS, os três pacientes foram internados no Pronto-Socorro Platão Araújo, na zona leste de Manaus.
Apesar do título de referência em tratamento de queimados na região norte, o CTQ do 28 de Agosto enfrenta sérios problemas estruturais e de logística. E os danos resultantes dessas deficiências são irreparáveis.
Conforme informações obtidas pela reportagem, no dia do acidente, o CTQ não dispunha de respiradores mecânicos ou artificiais, circuitos (equipamentos cilíndricos que conduzem o oxigênio da maquina até os pulmões do paciente), bombas de infusão (equipamentos que administram os medicamentos, antibióticos, analgésicos e sedativos) na veia do paciente, além de monitores paramétricos (equipamentos que servem para aferir os sinais vitais do paciente.
Por isso, os três pacientes graves, vítimas da explosão de um cilindro de gás, tiveram que ser internados em outro ambiente, longe, muito longe do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) de Manaus.
Como afirmava o especialista em 2013 ao REPÓRTER, o tratamento especializado em queimaduras é uma necessidade que a rede pública deveria oferecer à população da mesma forma que oferece para pacientes de outros tipos de doenças. “Somente com especialistas, equipamentos disponíveis e insumos, é possível diminuir as sequelas produzidas por acidentes que muitas vezes vão marcar o paciente para toda a vida”, dizia.
