247 – O fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, que abrigou o miliciano Adriano da Nóbrega, morto em uma operaçõa conjunta da PM da Bahia com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, já tirou selfies ao lado de Jair Bolsonaro durante um evento no interior do Estado, aponta reportagem da revista Veja.
Segundo a reportagem, publicada desta sexta-feira (20), parentes do fazendeiro teriam dito que ele teria sido torturado para revelar o local onde Adriano estaria escondido após fugir de uma operação policial em um condomínio na Costa do Sauípe.
Desde que o miliciano foi morto, Jair Bolsonaro vem tentando se distanciar das suspeitas de ter algum tipo de ligação com Adriano, chegando até mesmo a questionar a quem interessaria a morte do ex-capitão do Bope do Rio e Janeiro, além de questionar como seriam feitas as perícias nos celulares apreendidos.
A reportagem relembra que “em dezembro, quando a pauta se restringia apenas ao esquema da rachadinha, o presidente disse em entrevista a VEJA que outro escândalo estava prestes a estourar e teria como origem interceptações telefônicas que mostrariam o envolvimento dele e dos filhos com o crime organizado no Rio”.
A reportagem observa, também, que Leandro e Adriano eram “amigos pelo menos desde 2017. Já como foragido, Adriano se hospedou várias vezes na fazenda de Leandro, inclusive com a mulher e a filha mais nova. Quando fugiu de um cerco policial na Costa do Sauípe, foi a Leandro que pediu ajuda”. “Também foi Leandro que, na véspera da morte, o levou da fazenda para o sítio onde Adriano seria alcançado pela polícia”.
Da fazenda de Leandro, Adriano fugiu para um outro sítio, este de propriedade do vereador Gilsinho de Dedé, filiado ao PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito. O texto da revista ressalta que “Gilsinho alega que não conhecia o ex-capitão do Bope, apesar de Adriano ter pernoitado várias vezes em sua propriedade, inclusive na companhia da mulher, Júlia”.