Filizzola arma o circo e comanda a manifestação pró-Melo com índios que querem a volta da Seind

No dia em que o jurista Márcio Rys Meirelles apresentaria do seu voto ao Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-Am), favorável ou não à cassação do governador José Melo (PROS) e de seu vice, Henrique Oliveira (SDD), centenas de motoristas, num trânsito congestionado, e sob temperatura que esbarrava a casa dos 40c, assistiram a pantomima de um circo armado em frente àquela corte de justiça eleitoral, na avenida André Araújo, na Zona Centro-Sul de Manaus, que clamava ardorosas palavras de ordem pela permanência do governador no cargo.

O circo estaria perfeito se não tivesse faltado o palhaço. E circo sem palhaço, claro, não tem graça, embora para os espectadores, ele não tenha feito nenhuma falta naquele momento.

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Por isso,  o coordenador da festa circense, Vicente Filizzola, subsecretário municipal do trabalho e homem de confiança do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB), que o espetáculo fosse representado por  índios,  é  claro, que índios entre aspas, homens e mulheres idosas,  e, sobretudo, por uma penca de coadjuvantes desempregada que topa qualquer negócio em troca de algum dinheiro.

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Que digas os indígenas pressentes, como Kainá que abriu falou sem a menor preocupação porque ela e seus parentes compareceram a André Araújo para gritar  “fica Melo”.  Kainá Mundurucu, natural de Manicoré, muito mais preocupada com as mensagens recebidas no seu smartphone, via WhatsApp, disse que, como todos os que aceitaram ir para a frente do TRE , tinham um objetivo, fosse ele financeiro ou político.

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“Temos uma pendência com o governo. Queremos de volta a secretaria do Índio que foi extinta pelo Zé Melo. Por isso estamos aqui”, destacou Kainá, sem fazer o menor segredo, destacando o nome de Raimundo-Atroari como o escolhido pelas lideranças indígenas para assumir a Seind.

Todas as pessoas, à exemplo dos índios, que compareceram ao TRE, foram contemplados com transporte  de ida e volta para comparecer à avenida André Araújo.

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Devido a ausência da presidente do TRE, a desembargadora Socorro Guedes, está de férias,  e do juiz Dídimo Santana, não houve o julgamento,  adiado para próxima segunda-feira, dia 25.

A sessão desta segunda-feira foi presidida pelo desembargador e vice-presidente do TRE, João Mauro Bessa que adiantou o processo de cassação poderá voltar a pauta amanhã, mas como a presidente ainda estará de férias deverá ser mais uma vez adiado. A legislação exige que a composição do TRE seja a mesma do início do julgamento, dia 16 do mês passado quando cinco magistrados votaram pela cassação de José Melo.

 Pedido de Vistas

O pedido de vista do juiz Márcio Marcio Rys livrou o governador José Melo (PROS) e o vice-governador, Henrique Oliveira (SDD), pelo menos por enquanto da perda do mandato como quer a Procuradoria Regional Eleitoral no Amazonas que emitiu parecer pela cassação por compra de votos.

Quatro membros da Corte, a juíza federal, Jaíza Maria Pinto Fraixe, João Mauro Bessa, Dídimo Santana e Henrique Veiga, acompanharam o voto do juiz Francisco Nascimento Marques, relator da representação de conduta vedada a agente público com pedido de cassação de registro e diploma e mais aplicação de multa, que seguiu o parecer do MP e votou pela perda do mandato do governador e do vice.

O jurista Márcio Rys, que sofreu representação de suspeição de José Melo e Omar Aziz, que pediu vista dos autos, poderá trazê-lo amanhã ou na sexta-feira quando o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, terá sua última sessão do ano ante do recesso forense.

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