A agência de classificação de risco Fitch Ratings manteve hoje (19) a nota de crédito do Brasil em moeda estrangeira em BB, e a sua perspectiva, negativa. O país permanece dois degraus abaixo do grau de investimento.
Segundo a agência, a perspectiva negativa reflete a continuidade das incertezas sobre a recuperação econômica do Brasil, sobre estabilização da dívida pública, devido aos grandes desequilíbrios orçamentários, e sobre avanços em reformas, principalmente a da Previdência Social.
A agência cita que eventos políticos recentes, relacionados ao presidente Michel Temer, aumentaram a incerteza sobre o progresso da reforma e podem afetar a confiança e as perspectivas de retomada da economia.
A classificação de risco por agências estrangeiras representa uma medida de confiança dos investidores internacionais na economia de determinado país. As notas servem como referência para os juros dos títulos públicos, que representam o custo para o governo pegar dinheiro emprestado dos investidores.
Em nota, o Ministério da Fazenda destaca que a agência faz menção, em seu relatório, à importância e ao desafio da aprovação das reformas em curso, as quais ajudarão na reversão do cenário fiscal, contribuindo para uma trajetória benigna de endividamento público.
A Fitch reconhece que a diversidade da economia brasileira, o volume expressivo de reservas internacionais e a capacidade do mercado doméstico de dívida pública de financiar os déficits fiscais nos últimos anos constituem pontos fortes do país, diz o ministério. “A agência destaca a importância das reformas implementadas, como a Emenda Constitucional 95, que cria um teto para os gastos primários, e a relevância da reforma da Previdência como fator fundamental para o cumprimento do teto dos gastos e para a consolidação fiscal”, reforça o ministério.
“A avaliação da agência reforça a importância das iniciativas que visam à recuperação da economia brasileira e à construção das bases para o crescimento sustentado. O Ministério da Fazenda reafirma seu compromisso com a busca da consolidação fiscal do país e a sustentabilidade da dívida pública”, acrescenta o órgão.