Força crescente do El Niño ameaça a vida de crianças, alerta Unicef

On 23 October, a girl carries her toddler sibling as she beside along a pool of floodwater in the city of Cotonou. By 27 October in Benin, widespread flooding had affected over 680,000 people, including 122,000 children under age five. The crisis began in September, when Benin experienced twice its average rainfall, causing rivers to overflow. An estimated 180,000 people have been displaced and at least 46 killed, and the Government has declared a state of emergency. Nearly a hundred health centres have been damaged, and many others are inaccessible due to floodwater. Hundreds of schools have been destroyed, and crop damage has caused concerns about food security. Waterborne diseases are also spreading, with 846 cases of cholera reported. Flood survivors are in immediate need of shelter, clean water, food and medical care. In response, UNICEF is providing water tanks, sanitation supplies, therapeutic food, disinfectants and school kits. UNICEF is also chlorinating contaminated wells and promoting hand washing to prevent the spread of disease. Benin is the worst-affected of several West and Central African countries that are contending with torrential rains and flooding, a disaster that has killed over 400 people and disrupted over 1.8 million lives throughout the region.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estimou hoje (10) que 11 milhões de crianças estejam em risco de fome, doenças e falta de água na África Oriental e Austral em consequência da força crescente do fenômeno meteorológico conhecido por El Niño.

Segundo o Unicef, o El Niño também provoca secas e cheias em partes da Ásia, da região do Pacífico e da América Latina.

O fenômeno é um padrão climático ligado ao aquecimento das águas de superfície do Oceano Pacífico, que pode ter efeito profundo em todo o mundo.

As manifestações do El Niño tendem a ocorrer com uma periodicidade que varia entre dois e sete anos.

“As consequências poderão ter efeito cascata sobre várias gerações, a menos que as comunidades afetadas recebam apoio para lidar com a quebra das colheitas e a falta de acesso à água potável, que deixam as crianças malnutridas e em risco diante das doenças que matam”, alertou o Unicef.

De acordo com o fundo, o El Niño pode levar a um aumento significativo de doenças como a malária, a dengue, a diarreia e o cólera – doenças que estão entre as principais causas de morte infantil.

“Quando as condições meteorológicas extremas privam as comunidades do seu modo de vida, as crianças mais novas sofrem muitas vezes de subnutrição, o que as deixa ainda mais expostas ao risco de adoecer, sofrer atrasos no desenvolvimento cognitivo e morrer prematuramente”, diz a organização.

“As crianças e as comunidades em que elas se inserem precisam da nossa ajuda para se recuperar do impacto do El Niño e se preparar para os estragos que o fenômeno pode desencadear,” considerou o diretor executivo do Unicef, Anthony Lake. Ele lembrou que a intensidade e o potencial de destruição do El Niño podem representar um alerta.

“Ao procederem à discussão de um acordo para limitar o aquecimento global, devem lembrar-se de que o futuro das crianças de hoje e o do planeta que elas vão herdar está em causa”, destacou Lake.

Os líderes mundiais vão se reunir em Paris na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, também conhecida como COP21, de 30 de novembro a 11 de dezembro próximos.

O objetivo do encontro é alcançar um acordo para limitar o aquecimento global mediante a redução das emissões dos gases de efeito estufa.

As ocorrências do El Niño não são causadas pelas alterações climáticas, mas os cientistas acreditam que elas estão se tornando mais intensas em consequência das alterações climáticas.

Muitos países que estão agora sofrendo os efeitos do El Niño são aqueles que enfrentam a mais grave ameaça por causa das alterações climáticas. Muitas das áreas afetadas têm também elevados níveis de pobreza.

Segundo especialistas, é provável que o fenômeno meteorológico, um dos mais fortes que tem sido registrado, venha a causar mais cheias e secas, a alimentar tufões e ciclones no Pacífico e a afetar mais áreas se continuar a ganhar força, como indicam as previsões para os próximos meses.

A Somália, Etiópia, Indonésia, as nações do Pacífico, a Guatemala, Honduras, El Salvador, o Peru e o Equador são alguns dos países e regiões afetados pelo El Niño.

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