Os garis do Rio de Janeiro entraram em greve na madrugada de hoje (13), já que não houve acordo ontem com a Comlurb, empresa de limpeza urbana da prefeitura. No início da manhã, algumas vias do Centro e da Lapa já tinham lixo acumulado nas ruas. A categoria fez hoje uma manifestação em frente ao Sindicato dos Empregados de Asseio e Conservação do Rio e chegaram a ocupar parte da Rua Doutor Satamini, na Tijuca, na zona norte da cidade.
Os trabalhadores rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 3% feita pela Comlurb. Eles pedem aumento salarial equivalente ao índice da inflação, além de 40% de acréscimo no adicional de insalubridade e vale-alimentação de R$ 27 reais por dia.
O desembargador do Trabalho Theocrito Borges dos Santos Filho considerou a greve ilegal já que, segundo ele, a categoria não comunicou a decisão com antecedência mínima de 72 horas. Na decisão, ele determina a suspensão imediata da greve, sob pena de multa diária ao Sindicato de R$ 100 mil.
O presidente do sindicato, Luciano Araújo, afirmou que a instituição vai recorrer da multa. “Nós tivemos uma assembleia hoje com mais de 1.200 trabalhadores. A indignação do trabalhador foi tanta por causa dos 3% que decidiram fazer a greve de imediato, por tempo indeterminado. Mas vamos recorrer dessa decisão [da Justiça]”, disse. Uma nova assembleia está marcada para amanhã, às 15h.
No ano passado, os garis do cruzaram os braços por oito dias, inclusive no período do carnaval e toneladas de lixo ficaram acumuladas por toda a cidade. Na ocasião, o movimento conseguiu 44% de aumento salarial.
Por meio de nota, a Comlurb informou que a negociação do acordo coletivo da categoria se estende até o dia 31 de março e disse ter sido surpreendida pelo anúncio da greve sem aviso prévio. A empresa também disse que está sempre aberta ao diálogo.