Depois de ser preso e passar a madrugada desta terça-feira (4/7) na carceragem da superintendência da Polícia Federal em Brasília, o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima foi transferido nesta tarde para o Complexo Penitenciário da Papuda, também no Distrito Federal. Antes disso, ele prestou depoimento. Geddel foi preso preventivamente na segunda-feira (3), pela PF, na Bahia, no âmbito da Operação Cui Bono.
No presídio, Geddel encontrará seu delator, o operador financeiro Lúcio Bolonha Funaro, que está preso desde o ano passado.
O decreto de prisão contra o ex-ministro da Secretaria de Governo foi acatado por ordem do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do DF. A decisão tem como fundamento os depoimentos recentes de Funaro; do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS; e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva — os dois últimos, em acordo de colaboração premiada.
No pedido de prisão enviado à Justiça, os procuradores afirmaram que o ex-ministro agiu para atrapalhar as investigações, com o objetivo de impedir que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Funaro firmassem acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF).
A Operação Cui Bono investiga a existência de práticas criminosas na liberação de créditos e investimentos por parte de duas vice-presidências da Caixa Econômica Federal: a de Gestão de Ativos de Terceiros (Viter) e a de Pessoa Jurídica. Uma das vice-presidências era ocupada por Geddel.
Além disso, em novembro do ano passado, o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, deixou o governo e contou à PF que foi pressionado por Geddel para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador. Dias depois, com a polêmica, o ex-ministro da Secretaria de Governo pediu demissão do cargo.