O ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) negou no Twitter que tenha sido convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para ir ao ato de domingo (19.abr.2020) que defendeu o fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal) e o fim do isolamento social pelo coronavírus.
A informação de que o presidente havia convidado o ministro foi publicada na manhã desta 4ª feira (22.mar.2020) pelo jornalista Merval Pereira, do jornal O Globo. De acordo com o jornal, Bolsonaro teria convidado, além de Ramos, o ministro Fernando Azevedo e Silva (Defesa), também general do Exército. Os 2 teriam recusado para não passarem a ideia de que o Exército avalizava a manifestação.
Ramos negou e informação em tweet disparado na mesma manhã:
“O que é isso Merval? Respeito a liberdade de imprensa! Sempre respeitarei. Mas daí publicar fatos inverídicos, me obriga a usar as redes para desmentir essa história. Em momento algum o nosso presidente Bolsonaro convidou a mim e ao ministro Fernando para a manifestação de domingo.”
Na manifestação, apoiadores do presidente gritavam “fora, Maia!”, em referência ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e carregavam faixas a favor do AI-5 (Ato Institucional 5, decreto emitido na Ditadura Militar que dava ao presidente a prerrogativa de fechar o Congresso e cassar mandatos de políticos; leia aqui a íntegra do texto).
Por participar e discursar no ato, o presidente foi duramente criticado por políticos e por governadores.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, chegou a telefonar no domingo (19.abr.2020) para o ministro Fernando de Azevedo e Silva para conversar sobre a participação do presidente Jair Bolsonaro. Foi tranquilizado.
Na 2ª feira (20.abr), o Ministério da Defesa divulgou nota em que destaca o trabalho das Forças Armadas na manutenção da paz e da estabilidade no país. “Sempre obedientes à Constituição Federal”, afirma a pasta. O texto ressalta que o momento atual “exige entendimento e esforço de todos os brasileiros”.
A pasta destaca ainda a atuação das Forças Armadas no combate à pandemia de covid-19. “Nenhum país estava preparado para uma pandemia como a que estamos vivendo. Essa realidade requer adaptação das capacidades das Forças Armadas para combater um inimigo comum a todos: o coronavírus e suas consequências sociais”, diz a nota.