Um americano, que foi preso em 1984 e passou mais de 25 anos no corredor da morte, nos Estados Unidos, finalmente deixou a prisão após sua condenação pelo assassinato de um joalheiro, em 1983, ter sido revista.
Glenn Ford, de 64 anos, foi condenado pelo assassinato de Isadore Rozeman, que tinha 56 anos na época e para quem Ford trabalhava ocasionalmente. O americano sempre negou ter cometido o crime.
Ao deixar a prisão de segurança máxima, no Estado da Louisiana, Ford lamentou ter perdido três décadas de sua vida pagando por um crime que não cometeu. “Eu não tenho como voltar e fazer as coisas que deveria ter feito quando tinha 35, 38, 40. Meu filho, quando eu parti, era um bebê. Agora, ele é um adulto com bebês”, disse a jornalistas ao deixar a prisão.
Ford foi libertado após seu álibi, que sugeria que ele não estava no local do crime na hora do assassinato, ter finalmente sido confirmado. O processo que levou à condenação de Ford à morte, segundo a defesa da vítima de erro da Justiça, foi prejudicado por uma série de fatores.
Inicialmente, por exemplo, o americano foi implicado no crime por uma mulher que, posteriormente, admitiu ter mentido. A arma do crime nunca foi encontrada e o crime não teve testemunhas.
O caso tem ainda um componente racial, uma vez que Ford, que é negro, foi condenado por unanimidade por um júri formado apenas por brancos. A família da vítima do assassinato, que continua não esclarecido, celebrou a libertação de Ford.
A Justiça determina que prisioneiros que são posteriormente inocentados sejam indenizados pelo Estado. As indenizações vão de US$ 25 mil (R$ 58 mil) a 250 mil (R$ 586 mil) por cada ano perdido na prisão, além de 80 mil (R$ 200 mil) relativo a “perdas de oportunidades na vida”.