Governo federal é cobrado a demitir gestores bolsonaristas da EBC

Um grupo de funcionários da Empresa Brasil Comunicação (EBC) entregou à Secretaria de Comunicação da presidência da República (Secom) uma lista com 32 nomes de chefes egressos da gestão Jair Bolsonaro, que estão alocados em Brasília e no Rio de Janeiro.

A relação foi apresentada, na semana passada, ao secretário executivo da Secom, Ricardo Zamora, em uma reunião no Palácio do Planalto.

A lista reúne nomes de gerentes, coordenadores e assessores. Cada nome é acompanhado por descrição sobre suas condutas, que incluem suposto assédio moral, preconceito e distorção de notícias jornalísticas.

Em um dos casos, é descrito que o funcionário tem por hábito dizer que “Deus ama o pecador e odeia o pecado” para colegas LGBTs; outro chefe é apontado como “uma das caras e vozes do governo Bolsonaro na empresa, até para o público de fora”; há pessoas acusadas também de, durante o governo Bolsonaro, “vigiar os colegas em sua rede social” e defender o movimento antivacina da Covid-19, dentro do ambiente de trabalho.

Desde o início do governo Lula, dezenas de pessoas foram exoneradas com exceção das que aparecem na lista.

Após o 8 de janeiro, foi desencadeado um “exoneraço” de gestores que orientavam a equipe a não chamar os atos de golpe. Apesar disso, a presença de chefes que ganharam promoções no governo anterior ainda incomoda.

O ambiente na EBC é de guerra interna também entre os indicados do atual governo.

Funcionários criticam a redução no número de cargos para trabalhar na produção de notícias de comunicação pública, ou seja, livre de orientação política. Esse grupo disputa espaço com quem literalmente produz notícias sobre a agenda do governo federal, o que é chamado de comunicação governamental.

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