Os governos estaduais registraram, em março, déficit de R$ 1,633 bilhão em suas contas. É o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1998. O saldo negativo reduziu o impacto do superávit de R$ 487 milhões obtido pelos municípios, gerando déficit de R$ 1,146 bilhões na conta dos governos regionais.
Esse resultado, aliado ao déficit de R$ 97 milhões das estatais, excluindo Petrobras e Eletrobras, impediu que o setor público consolidado alcançasse um superávit maior em março. O resultado primário dos entes públicos e das estatais ficou positivo em R$ 239 milhões no mês passado, pior resultado para os meses de março desde 2010, quando houve déficit de R$ 158,6 milhões naquele mês.
Na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, o resultado fiscal de março foi “bom” em relação ao Governo Central, que engloba governo federal, BC e Previdência Social. A conta ficou superavitária em R$ 1,483 bilhão, puxada pela economia de R$ 8,049 bilhões do governo federal.
Sobre os governos estaduais, Maciel informou que o déficit recorde pode ser resultado da incidência de gastos represados em janeiro e fevereiro, por causa do início de novas gestões. Ele disse ainda que contratações de empréstimos em anos anteriores podem impactar os caixas estaduais. Para Maciel, a arrecadação de tarifas como as de energia, que foram reajustadas, pode ajudar a melhorar as contas das unidades da Federação.