Desde as primeiras horas acompanhando a paralisação ilegal dos trabalhadores do Sistema de Transporte Coletivo na manhã desta terça-feira, 17, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, classificou como insensata e inconsequente a atitude da categoria, que paralisou 100% da frota de ônibus da capital.
“Não terá consequência nenhuma mesmo, porque não vai haver pressão. Não vou trabalhar sob pressão para colocar uma minoria acima de mais de dois milhões de manauaras. Falo isso com clareza e com firmeza”, disse o prefeito, que ainda hoje tem reunião agendada com os empresários do Sistema de Transporte Coletivo.
O prefeito destacou ainda que sempre manteve o diálogo aberto com a categoria para solucionar questões salariais e outras reivindicações trabalhistas. “Fica o apelo, voltem ao trabalho. Fica a exigência , respeitem a Justiça do Trabalho, a legalidade a população manauara. Temos que nos entender e sempre defendi o salário justo para os rodoviários, mas não é sob a pressão de uma greve que se vai chegar a uma aliança comigo ou se obter vantagens para a categoria”, afirmou Arthur Neto.
Na última segunda-feira, 16, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a pedido da Procuradoria Geral do Município (PGM), determinou que fosse mantida a circulação de 100% da frota de ônibus da capital, sob pena de multa diária de R$ 100.000,00. Mesmo assim, os trabalhadores rodoviários cruzaram os braços e nenhum dos 1.360 veículos do Sistema de Transporte Coletivo saiu das garagens na manhã desta terça-feira, 17.
Desde as 4h de hoje os fiscais da Superintendência Municipal de Transporte Urbanos (SMTU) estão atuando nas dez garagens que atendem o Município para acompanhar o cumprimento da decisão judicial. Agentes da Guarda Municipal de Manaus estão presentes nos terminais de integração e policiais da Policia Militar também estão dando apoio solicitado pela SMTU.
Os microônibus do Transporte Alternativo e os mototaxistas foram autorizados a seguirem viagem até o centro da cidade. A SMTU irá encaminhar um relatório para a PGM sobre a greve, para que sejam adotadas as providências legais cabíveis. O Sistema de transporte coletivo convencional opera 217 linhas e registra em torno de 800 mil passagens por dia.
A categoria reivindica o pagamento dos Dissídios Coletivos de 2016, que tem data base até o dia 1º de maio e está sob análise do Tribunal Superior do Trabalho (TSE). Como forma de pressionar a Justiça, o sindicato entende que a melhor forma de agir é deixando a população sem ônibus.