NOTÍCIAS AO MINUTO – Francisco Laelson Paulo, 26, gerente de bar, foi atingido por um tiro na cabeça quando voltava para casa, por volta das 7h deste sábado (9), na comunidade Barreira do Vasco, em São Cristóvão. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Moradores e testemunhas afirmaram, ao jornal O Globo, que os tiros partiram da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da região e que não havia operações policiais ocorrendo.
Em nota, a assessoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que equipes do Grupamento Tático de Polícia de Proximidade realizavam patrulhamento quando foram alertadas da presença de criminosos armados na comunidade.
Ao chegarem no local, ainda segundo a nota, os policiais foram alvo de disparos e houve confronto. Francisco foi atingido no fogo cruzado e não resistiu aos ferimentos.
Moradores da comunidade relataram ao Globo que estão revoltados e que Francisco é mais um inocente que morreu pelas mãos da polícia.
De acordo com 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em setembro, o número de pessoas mortas pela polícia no país bateu recorde em 2018. No Rio de Janeiro, nesse período, 22,8% das mortes violentas foram cometidas por agentes de segurança.
As mortes por policiais mantêm a tendência de alta ao menos desde 2016 (antes os dados eram menos confiáveis). Houve alta de 20% em 2018 sobre 2017 e de 47% em relação a 2016.
Uma análise do perfil dos mortos pela polícia no Brasil mostra que a maior parte das vítimas é negra (75,4%), estudou apenas até o ensino fundamental (81,5%) e tem entre 18 e 29 anos (68,2%).
A PM informa que os protocolos para apurar a ação policial que culminou na morte de Francisco já foram ativados e que a investigação ficará sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil; um Inquérito Policial Militar será feito em paralelo.