Horácio Castelo Branco morre aos 97 anos no hospital Militar de Manaus vítima de covid-19

Aos 97 anos de idade, Horácio de Almeida Castelo Branco, morre no hospital de Manaus, supostamente vítima de covid-19. O óbito aconteceu por volta das 12h30 hora desta sexta-feira, 1º.

Horácio vem de uma família numerosa – 17 irmãos, dos quais 15 homens e duas mulheres. Filho de Laura e Salviano Barreira Castelo Branco, nascido em São Paulo de Olivença, Horácio era o último dos irmãos.

Além da esposa, dona Zina, que se encontra hospitaliza no mesmo hospital, Horácio deixa os filhos Artemisa, José Maria, Edmundo, Anete, Arlete, James, Jânio, Maria José, Meire, Horacy, Horácio Jr., Sandro, Silvana, Cylmara e Jimmes, além de dezenas de netos, bisnetos e até tetranetos.

Humilde, pai amoroso, cidadão de bem, Horácio sempre lutou com denodo imensurável para sobreviver. Não raras vezes, ainda muito jovem, em Benjamin Constant, troca a casa pelo mato onde passava dias para trazer carne e frutas para o alimento dos primeiros filhos.

Por algum tempo, nos rios mais próximos de Benjamin Constant, garimpava com amigos pescadores a piaba – peixe ornamental da família dos cardinais -, comercializada com o norte-americano Mike, residente à época em Letícia (Colômbia).

Nessa atividade ganhou um pouco de dinheiro (dólar) e construiu uma boa casa para os padrões de BC nos anos 50.

Por algum tempo, gerenciou a Casa Matilde, de Irmão Oswaldo, localizada ao lado da Casa Tem-Tem, na antiga ponte, e em frente do mercado.

Em sociedade com os irmãos Oswaldo e Paulo, fundou a firma Castelo & Cia. A empresa prosperou. A principal atividade era a de regatão com visíveis sinais de prosperidade.

A firma foi desfeita.

Os tempos eram difíceis quando abandonou o comércio. O país experimentava um período ditatorial de governo de regime militar.

Filiado ao MDB de Ulisses Guimarães foi eleito vereador municipal. No exercício do mandato presidiu a Câmara Municipal com zelo, probidade e elevado espírito democrático republicano.

No sítio do Crajari, plantou banana e mandioca e outras culturas permanentes e subsistência. Tornou-se um modesto produtor de farinha. A falta de mercado, o preço aviltante dos produtos e, sobretudo, a ausência de estímulo do poder público, fizeram-no desistir da atividade.

Em Benjamin Constant atuou como fotógrafo, free lancer de uma loteria de Manaus e com o Exército, no serviço de alistamento militar.

Fez muita coisa, sempre com denodado amor. Fez muitos amigos, também, muitos.

Enquanto viveu, entretanto, o seu maior compromisso foi, sem dúvida, viver feliz. E viveu, intensamente.

Amava a literatura, a poesia, a música. Nos livros,  contemplava a vida de forma absoluta.

Horácio de Almeida Castelo Branco,. muito mais que tudo isso, viveu com suprema felicidade a magia  a vida que tanto o inspirou e encantou.

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