Hospital de Portugal transfere pacientes para evitar risco de faltar oxigênio

Um hospital de Portugal precisou transferir 53 doentes na noite da terça-feira (26) depois que o local passou por problemas na rede de fornecimento de oxigênio. De acordo com a unidade, “em momento algum os doentes internados estiveram em perigo devido a esta ocorrência”.

O HFF (Hospital Fernando Fonseca), localizado na Amadora, região metropolitana de Lisboa, tem uma das situações mais críticas do país. Na última semana, precisou transferir pacientes para unidades de saúde do Algarve, no sul de Portugal.

O plano de contingência do HFF previa 120 camas de enfermaria para doentes internados com covid-19. O hospital tinha, nessa 3ª feira (26.jan), o total de 363 pacientes contaminados pelo coronavírus. O número representa, de acordo com comunicado emitido nesta 4ª feira (27.jan), aumento de 400% desde 1º de janeiro.

“Muitos desses doentes, pelas características da doença, necessitam de oxigênio medicinal em alto nível, sendo que tal causa uma sobrecarga sobre as redes hospitalares”, afirmou a unidade de saúde.

O HFF informou que não há falta iminente do insumo. Segundo o hospital, houve problemas na rede que leva o oxigênio até as camas devido à grande quantidade de pacientes.

Os demais hospitais da região que integram o SNS (Sistema Nacional de Saúde) também estão com grande número de internados. Alguns dos pacientes do HFF precisaram ser transferidos para hospitais da rede privada.

“O HFF tem já em curso um conjunto de obras para reforço da rede de fornecimento de oxigênio, designadamente as áreas das enfermarias, serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, entre outras. O reforço desta infraestrutura vai melhorar a capacidade de resposta a eventuais necessidades de aumento do consumo”, afirmou o hospital.

A Ordem dos Médicos de Portugal divulgou em 18 de janeiro uma carta aberta para alertar que a “linha vermelha” do sistema de saúde já foi ultrapassada. O órgão afirmou que o país atravessa uma catástrofe.

Segundo a entidade, os profissionais de saúde chegaram ao ponto de precisar estabelecer critérios de atendimento, pois não há como “salvar todas as vidas”.

O número de internados cresceu de forma alarmante em janeiro. De acordo com dados da DGS (Direção Geral da Saúde), estão internadas atualmente 6.472 pessoas, maior número desde o começo da pandemia.

Portugal está em confinamento total desde 15 de janeiro. O comércio não essencial está fechado, o teletrabalho é obrigatório sempre que possível, escolas estão sem aula e restaurantes e cafés só podem funcionar para retirada ou entrega a domicílio.

O governo decretou o que chamou de “recolhimento domiciliar obrigatório” –ou seja, todos os portugueses devem ficar em casa.

O país registrou em 23 de janeiro o maior número de novos casos em 24 horas: 15.333. Na terça-feira (26), foram 10.765 novas infecções. Portugal acumula 11.012 mortes por covid-19. (Poder 360)

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