Ibovespa encerra pregão em queda superior a 1%

PODER 360 – O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), operou no pregão desta 4ª feira (5.jun.2019) em recuo de 1,42%, aos 95.998 pontos, acompanhando a agenda política. O volume negociado foi de R$ 12,7 bilhões.

No fim do pregão, os rumores de que o governo estaria discutindo flexibilizar o teto de gastos, depois da aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência pelo Congresso Nacional, estressaram os operadores.

No entanto, em nota, o ministério da Economia disse que não solicitará qualquer mudança na Lei do Teto dos Gastos para retirar investimentos do limite de despesas.

“O Ministério reitera a importância do controle dos gastos públicos para que o país volte a ter equilíbrio nas contas públicas. Com saúde financeira, o Brasil poderá aumentar o investimento público e privado e crescer de forma consistente por vários anos seguidos.”

No dia, os agentes econômicos estiveram atentos ao adiamento, na CMO (Comissão Mista de Orçamento), da votação do projeto que libera, ao governo federal, o crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões para pagamento de subsídios e benefícios assistenciais, a chamada “Regra de ouro“.

 

O mercado também acompanhou, com cautela, a retomada do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) que decide se o governo poderá vender empresas estatais sem a permissão do Congresso Nacional.

A Petrobras é afetada pelo julgamento, já que foi impedida de concretizar a venda da TAG (Transportadora Associada de Gás) para a francesa Engie e o fundo canadense Caisse por US$ 8,6 bilhões. O negócio foi suspenso pelo ministro Edson Fachin.

Como resultado, entre os ativos negociados no dia, os papéis preferenciais da Petrobras operaram em baixa de 1,30%, negociados a R$ 25,86, com investidores temerosos em relação à decisão dos ministros do STF.

Além disso, os papéis ordinários da mineradora Vale operaram em queda de 1,47%, com ativos cotados a R$ 48,39. Já entre as altas, os papéis preferenciais da Braskem, companhia que teve expressiva perda de valor de mercado no pregão de 3ª (4.jun), tiveram leve alta hoje (0,41%).

CÂMBIO 

Na sessão de negócios desta 4ª, o dólar norte-americano voltou a operar em alta, encerrando cotado a R$ 3,894 a venda, valorização de 0,98%, depois de 3 sessões de recuo.

Os agentes econômicos debruçaram-se sobre a agenda econômica, minimizando o cenário internacional. Ontem, o presidente do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, afirmou que a autoridade monetária agirá “conforme apropriado” para sustentar o crescimento econômico.

A declaração ventilou, no mercado, a possibilidade de o BC dos EUA reduzir os juros locais, depois de 4 aumentos em 2018. Os investidores acompanham as sinalizações, já que uma eventual queda dos juros estadunidenses poderá diminuir a pressão do dólar frente a outras moedas emergentes, como o real.

MERCADO INTERNACIONAL 

No continente europeu, as altas das bolsas locais foram minimizadas pelo desempenho do petróleo no exterior. Assim, Frankfurt (0,08%), Londres (0,06%) e Paris (0,45%) encerraram o pregão em ligeira alta.

Já nos EUA, Dow Jones (0,82%), Nasdaq (0,64%) e S&500 (0,82%), índices que compõem a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês), fecharam o pregão em direção única, ainda refletindo as falas de Powell na véspera.

O mercado também acompanhou a divulgação do Livro Bege do Fed, relatório sobre as condições econômicas dos EUA, apontando crescimento modesto da atividade entre os meses de abril e maio.

O relatório, entretanto, também reforçou a preocupação de empresários estadunidenses com a guerra comercial travada pelo país com a China, situação que poderia pressionar os negócios locais.

Já no mercado de commodities, as cotações futuras para o petróleo desabaram, refletindo o aumento do número dos estoques acima do esperado do produto nos EUA.

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