Depois de ter atingido o menor valor da série histórica em dezembro do ano passado, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu pelo segundo mês consecutivo ao crescer 2,1 pontos em fevereiro, atingindo 68,5 pontos. Este é o maior índice desde agosto passado, quando o indicador fechou o mês em 70 pontos.
Os dados relativos à Sondagem do Consumidor foram divulgados hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e indicam que a alta do ICC nos dois primeiros meses do ano decorreu da evolução favorável dos dois indicadores que o compõem.
São eles o Índice da Situação Atual (ISA), que subiu 2 pontos, o que acontece pelo segundo mês consecutivo, após ter atingido o mínimo da série histórica em dezembro de 2015, com 64,9 pontos; e o Índice de Expectativas (IE), que avançou 1,8 ponto, chegando a 69,4 pontos, neste caso o maior nível desde agosto passado.
Pessimismo cai
Para a coordenadora da Sondagem do Consumidor, economista Viviane Seda Bittencourt, o resultado é decorre da menor insatisfação e do menor pessimismo do consumidor ao longo do mês. “Em fevereiro, brasileiro tornou-se menos insatisfeito com a situação atual das finanças familiares e menos pessimista em relação a sua evolução ao longo dos próximos meses”, disse.
Na avaliação da economista, “a notícia é favorável, mas o movimento foi ainda insuficiente para alterar a tendência de queda do indicador que mede as intenções de compra de bens duráveis no curto prazo, que atingiu o menor nível da série iniciada em setembro de 2005. O indicador, que mede as intenções de compras com bens duráveis, recuou 6 pontos e atingiu o menor nível da série histórica, constata a pesquisa da FGV.
Média Móvel Trimestral
Na análise da tendência por médias móveis trimestrais (quando se leva em consideração os três últimos meses comparativamente ao período equivalente imediatamente anterior) o indicador, que mede o grau de satisfação dos consumidores com a situação econômica atual, que, no mês passado, tinha alcançado o menor nível da série, subiu 2,2 pontos atingindo 73 pontos, maior nível desde setembro de 2015 (73,1).
Para a FGV, o quesito que mais contribuiu para o resultado favorável do Índice de Confiança do Consumidor está relacionado com as perspectivas das finanças familiares. “O indicador que mede o grau de satisfação com a situação financeira das famílias nos meses seguintes creesceu 5,9 pontos, de 70,2 para 76,1, o melhor resultado desde fevereiro de 2015 (77,6)”, constatou a sondagem.
Os dados divulgados hoje indicam, ainda, que, na análise por classes de renda, a confiança das famílias com renda mensal até R$ 2.100, subiu 6,1 pontos, após ficar estável em janeiro. “Os consumidores com menor poder de compra, no entanto, são os mais otimistas em relação à economia, ao emprego e possibilidade de recuperação da situação financeira no futuro”, avalia a pesquisa.