Informação interceptada por investigadores norte-americanos e britânicos indica que uma bomba poderá ter sido levada para o avião russo que caiu no Egito na semana passada, divulgou hoje (6) a imprensa britânica.
O jornal The Times disse que a informação surgiu quando uma operação conjunta dos serviços secretos dos dois países “utilizou satélites para descobrir comunicações eletrônicas” entre os militantes do grupo radical Estado Islâmico na Síria e no Egito, sem citar a fonte da informação.
“O tom e conteúdo das mensagens convenceram os analistas de que uma bomba foi colocada a bordo por um passageiro ou integrante do pessoal de terra do aeroporto”, acrescenta o jornal, a quem recentemente foi dado um raro acesso às comunicações da agência de espionagem britânica GCHQ.
Segundo o Daily Telegraph, “espiões britânicos interceptaram mensagens que mostravam que os extremistas do Estado Islâmico no Iraque e do Levante, nome utilizado inicialmente pelo grupo, tinham planejado um grande ataque terrorista na região”.
O correspondente da BBC para a área de segurança, Frank Gardner, disse que os serviços de segurança britânicos suspeitam que alguém com acesso ao compartimento de bagagem do avião colocou uma bomba no local pouco antes da decolagem.
Os jihadistas do Estado Islâmico reivindicaram a autoria do desastre.
Uma porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, não quis comentar as notícias, afirmando que o governo não dará detalhes sobre questões dos serviços secretos.
As administrações norte-americana e britânica declararam ser possível que um explosivo tenha causado a queda do avião, que saiu de Sharm El Sheikh com destino a São Petersburgo, na península do Sinai, matando todas as 224 pessoas a bordo.
O Egito e a Rússia pediram paciência antes de tirar conclusões até que os resultados da investigação sejam conhecidos.