247 – O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, afirmou que a Lava Jato teve um saldo positivo, mas “houve sim desbordamentos”.
“Houve ilegitimidade no proceder. O devido processo legal não foi bem observado”, disse o ministro ao ser questionado sobre a atuação da Lava Jato. A afirmação foi em entrevista ao programa Central Globo News, transmitida nesta quarta-feira (9).
Sobre a atuação do então juiz Sergio Moro e a sua parcialidade, o ministro aposentado disse que “o Intercept veio a revelar coisas inadmissíveis” e que, do ponto de vista jurídico, as mensagens devem ser analisadas caso a caso.
Ayres Britto enfatizou que cada instituição tem o seu papel num processo e a Lava Jato ultrapassou o limites constitucionais. “A polícia investiga. Excepcionalmente, o Ministério Público também, quando sobretudo no exercício de sua função constitucional de controlar a atividade externa da polícia… mas o MP denuncia e o Judiciário processa e julga. O Judiciário não pode ser nascente, corrente e foz de um mesmo rio. Não pode fazer as três coisas ao mesmo tempo. E nessa operação Lava Jato, houve mistura das três coisas”, disse.