Israel ocupa Rafah, e Hamas pede ajuda aos EUA; negociações por cessar-fogo continuam

Foto: (Photo by Israeli Army / AFP

JERUSALÉM -O grupo terrorista Hamas pediu ajuda aos Estados Unidos nesta terça-feira, 7, para que Washington convença Israel a não tomar a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, após tropas israelenses assumirem o controle da passagem de fronteira da cidade com o Egito.

De acordo com Tel-Aviv, Rafah possui as últimas unidades operantes do Hamas na Faixa de Gaza. O local abriga mais de 1 milhão de palestinos que tiveram que sair de outras áreas do enclave por conta da guerra que começou em outubro do ano passado.

A operação militar israelense na cidade começou após o Hamas aceitar uma proposta de cessar-fogo mediada por Egito e Catar na segunda-feira, 6. Contudo, Israel alegou que o documento não era o mesmo que estava sendo discutido pelos negociadores israelenses. Delegações de Israel e do grupo terrorista Hamas estão no Cairo para negociações.

As movimentações diplomáticas deixaram um vislumbre de esperança – mas por pouco – para um acordo que poderia trazer pelo menos uma pausa na guerra de sete meses que devastou a Faixa de Gaza.

Operação em Rafah

A brigada de tanques israelenses entrou na travessia de Rafah no início da manhã de terça-feira, assumindo o “controle operacional” da travessia, crucial tanto para a entrada de ajuda humanitária quanto para aqueles que tem autorização parar entrar no Egito.

“Neste momento, as forças especiais estão inspecionando a passagem de fronteira” em Rafah. “Temos o controle operacional da área”, disse o exército israelense, especificando que estava “apenas no lado de Gaza” da passagem.

As imagens divulgadas pelos militares israelenses mostraram um tanque entrando no cruzamento. Os detalhes do vídeo correspondem às características conhecidas do cruzamento e mostram bandeiras israelenses hasteadas nos tanques que tomaram a área.

Os militares israelenses disseram ter tomado a passagem após receberem informações de que ela estava “sendo usada para fins terroristas”. Os militares não forneceram provas para apoiar a afirmação, embora tenham alegado que a área ao redor da passagem havia sido usada para lançar um ataque que matou quatro soldados israelenses e feriu outros perto da passagem Kerem Shalom, no fim de semana.

Os militares também disseram que as tropas terrestres e os ataques aéreos tinham como alvo supostas posições do Hamas em Rafah.

Wael Abu Omar, porta-voz da Autoridade Palestina de Travessias, reconheceu que as forças israelenses haviam tomado a travessia e fechado a instalação por enquanto. Ele disse que os ataques tinham como alvo a área ao redor da passagem desde segunda-feira.

O exército israelense chamou a incursão desta terça-feira de “uma operação antiterrorismo precisa” e não informou quanto tempo planejava permanecer em Rafah. As tropas encontraram três túneis na área próxima ao cruzamento, e cerca de 20 militantes foram mortos durante a operação, informou em um comunicado.

Há muito tempo, Israel considera a fronteira de Gaza com o Egito como a principal rota de contrabando de armas para o enclave. A incursão de terça-feira e os ataques aéreos do dia anterior marcam um aumento nos combates depois que Israel retirou a maior parte de suas forças da Faixa de Gaza em abril.

A campanha de Israel forçou quase toda a população de Gaza a fugir de suas casas. Muitos foram para Rafah, onde um grande número de pessoas está vivendo em acampamentos precários.

Cessar-fogo

Mesmo com a operação israelense em Rafah, as negociações por um cessar-fogo continuam. Um oficial do grupo terrorista Hamas apontou à AFP que as negociações que estão ocorrendo na capital do Egito representam “a última oportunidade” de libertação dos reféns mantidos pelo grupo terrorista.

O Hamas divulgou a proposta de cessar-fogo que havia concordado na segunda-feira. O documento era dividido em fases, com uma gradual saída das forças israelenses de Gaza, a libertação de reféns, a soltura de prisioneiros palestinos que estão em Israel e um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza./AP, NYT e AFP

Com informações de Estadão.

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