A segunda fase do Brasileirão Feminino retorna mais forte em março. Hoje (23) à tarde, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizou o draft das jogadoras da seleção permanente feminina que reforçarão oito clubes. No draft, os times puderam escolher as atletas de acordo com sorteio.
No final do ano passado, várias atletas deixaram a seleção permanente para jogar em clubes do exterior. Das 17 que atualmente formam a o grupo, 14 foram sorteadas entre Rio Preto-SP, Foz Cataratas-PR, São Francisco-BA, Ferroviária-SP, São José-SP, Flamengo-RJ, Iranduba-AM e Corinthians-SP. Pelo sorteio, apenas o Rio Preto-SP e o São Francisco ficaram com uma jogadora, as outras equipes puderam escolher duas cada.
As demais jogadoras não participaram do sorteio por já ter contratos para jogar nos Estados Unidos no próximo mês.
O diretor de competições da CBF, Manoel Flores, disse na abertura do evento que o draft tem sido importante para equilibrar o nível da competição. “Foi um momento muito importante, já no ano passado, de trazer as jogadoras para somar. Para que estes clubes se fortaleçam e possam fazer a segunda etapa do campeonato melhor que a primeira”.
A meio de campo Maurine disse que ficou feliz em ser escolhida novamente pelo Flamengo e diz que vai buscar o título. “Fui escolhida ano passado e acabei me machucando. Espero mostrar meu trabalho, o ambiente do clube é muito legal, adoro as meninas e conheço todo mundo.”
O técnico da seleção feminina, Vadão, disse que o draft não atrapalha a programação da seleção e que até possibilita que as atletas ganhem melhor condição de jogo.
O diretor de futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha, disse que a entidade está em diálogo com os clubes para melhorar a modalidade.
Futuro da seleção permanente
Em 2015, a CBF implantou o modelo de seleção feminina permanente para viabilizar melhores condições de trabalho para as jogadoras e melhora na equipe. O técnico Vadão disse que, após os Jogos Olímpicos do Rio 2016, o projeto deve ser repensado. “Independente do resultado na Olimpíada, temos a plena convicção que este foi o melhor caminho. Temos um problema muito sério, que os nossos campeonatos, embora tenham melhorado demais, não têm o nível de um campeonato europeu”, comparou.
Segundo Vadão, a CBF ainda não recompôs a seleção permanente, desfalcada pelas contratações no exterior, foi uma opção da entidade para não enfraquecer os clubes nacionais. “Entendemos que, como o Brasileirão seria no início do ano, a gente não tiraria nenhuma atleta que já estava previamente contratada para não criar problemas para os clubes”, apontou.
O técnico disse que não há manter a estratégia de seleção permanente por causa do desgaste. “Será tudo repensado após os Jogos Olímpicos. Faremos um estudo de tudo que funcionou melhor e o que não funcionou para a seleção”.
Veja as escolhas dos times:
Rio Preto-SP: Luciana (goleira)
Foz Cataratas-PR: Bruna Benites (zagueira) e Bárbara (goleira)
São Francisco-BA: Formiga (meio de campo)
Ferroviária-SP: Camila (lateral) e Géssica (zagueira)
São José-SP: Thaísa (meio de campo) e Juliete (meio de campo)
Flamengo-RJ: Maurine (meio de campo) e Bia (meio de campo)
Iranduba-AM: Tayla (zagueira) e Rilany (lateral)
Corinthians-SP: Letícia (goleira) e Rafaela Travalão (atacante)