Jornalista é presa em meio a crise pós-eleitoral na Venezuela

(17 ago) O presidente Nicolás Maduro, durante ato em Caracas - AFP

Uma jornalista foi presa em meio à crise pós-eleitoral desencadeada na Venezuela pela reeleição do presidente, Nicolás Maduro, somando 2.400 prisões no total, informou à AFP, nesta quarta-feira (21), o sindicato da imprensa.

Ana Carolina Guaita é repórter em La Guaira do portal La Patilla, crítico ao governo. Ela cobriu a derrubada de uma estátua do líder socialista Hugo Chávez na cidade durante os protestos que eclodiram após o anúncio do resultado das eleições de 28 de julho, que deixaram 25 mortos no país.

“Ainda não pudemos confirmar qual é o centro de detenção”, disse o secretário do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP), Marco Ruiz.

Segundo o La Patilla, a repórter foi presa ontem pelo serviço de inteligência “em uma operação incomum, sem indícios racionais”. Dois repórteres gráficos e um cinegrafista estão detidos por motivos desconhecidos, além de dois jornalistas que trabalham com ativismo político.

Ana Carolina é filha do secretário-geral do tradicional partido Copei em La Guaira, Carlos Guaita, e de Xiomara Barreto, também líder dessa organização. Segundo Ruiz, a família teme que o motivo da prisão da jornalista tenha sido “tê-la como moeda de troca” por seus pais, que estão fora do país e são procurados.

Ruiz também citou a cobertura da destruição da estátua: “O tema gerou muita polêmica e despertou demônios”.

Maduro criou nos últimos dias duas prisões de segurança máxima para os 2.400 detidos, que ele chama de “terroristas”.

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