O governador José Melo jantou, segunda-feira, na com os deputados estaduais da base aliada e com o secretário de Fazenda, José Lobo, o homem chave do governo, que tem todo o controle, pari passu, da arrecadação e, por consequência, do orçamento do estado. Buffet de boa qualidade, para agradar os paladares exigentes dos parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam),cujo governador, seja quem for, conta com o apoio líquido e certo do Legislativo, sempre dócil demais ao Executivo.
Melo não quer passar apenas nove meses como governador do Amazonas, por isso está viajando mais do que nunca pelo interior, onde tem feito discursos apocalípticos que dão ideia de que ele está desesperado com alguma coisa.
Essa alguma coisa tem nome e é corporificada no senador Eduardo Braga.
Melo tem incomensuráveis problemas para resolver, até porque as bananas começaram a aparecer justamente quando ele sentou na cadeira de governador.
Pode ser apenas coincidências.
Os Policiais Militares, que desmoralizaram o governo com uma paralisação de 12 horas, lhe deram sessenta dias para apresentar um plano que acalme os ânimos da soldadesca, uma tarefa difícil, convenhamos.
Mas Melo tem trunfos: as obras inacabadas do ex-governador Omar Aziz.
Hoje mesmo as máquinas retornaram à rodovia AM-70, para dar continuidade às obras de duplicação da estrada. Se conseguir inaugurar apenas um trecho já dá para fazer uma grande festa.
E tem a Cidade Universitária, no Iranduba, que, embora controversa, ainda pode render dividendos em muitos setores da sociedade amazonense. O problema de Melo é o pouco tempo para a eleição de outubro, quando enfrentará uma parada dura contra Braga.
O jantar do governador com deputados da base aliada garante fotos e notícias, mas a garantia de que pode contar com o apoio dessa turma é mínima.
Aliás, na foto, todos, há pouco mais de quatro anos, prestavam vassalagem a Braga. Todos.