Juíza diz que o Amazonas possui apenas duas ambulâncias com UTI neonatal

Não foram poucas as vezes que o secretário de Saúde, Wilson Alecrim, informou que o governo do Amazonas usa 22% do orçamento na saúde. “Muito além da previsão constitucional de 12%. É um esforço que tem dado resultado”, frisou o secretário, em entrevista publicada pelo jornal A Crítica, no dia 13 de dezembro de 2013.

Nada a contestar. Afinal, Alecrim – pode-se admitir – insere-se no rol rarefeito dos homens sérios desta terra de Ajuricaba.

Mas o que dizer da decisão da juíza Rebeca de Mendonça Lima, assinada no dia 14 de julho deste ano, que determina ao governo do Amazonas que reserve recursos orçamentários suficientes para aquisição de ambulâncias UTIs sob pena de multa de R$ 200 mil, acrescida de R$ 1.000,00 diários até que emende, complemente, anule rubricas ou proceda a quaisquer formas válidas de alteração orçamentária?

Simples. De acordo com Ação Pública movida pelo Ministério Público do Estado do Amazonas, 28ª Promotorias Junto ao Juizado da Infância e Juventude, o Amazonas, com quase quatro milhões de habitantes, possui apenas duas ambulâncias UTI´s para remoção de procedimento de exames eletivos de pacientes em UTI neonatal, pediátrica e adulta.

Uma revelação desconcertante, estarrecedora, no mínimo vergonhosa para um estado que tanto investe, como diz Alecrim, na saúde.

E sabem qual o resultado dessa triste realidade, segundo diagnóstico do Ministéio Público?

Rotineiros cancelamentos de exames em razão da ausência de ambulâncias para realização do transporte adequado; prejuízo e transtorno aos pacientes e suas famílias, pois os clientes neonatos e pediátricos são submetidas a um jejum e a uma dieta prolongada para realizarem determinados exames que não ocorrem.

“Somos quase 2 milhões de habitantes na capital do Amazonas com apenas duas ambulâncias de UTI para atender pacientes neonatos, pediátricos e adultos, sem contar que o interior do Estado não possui qualquer serviço de UTI, desaguando somente na capital todos os casos mais graves e que, inclusive, quando da chegada destes na capital quem o faz são as únicas duas ambulâncias de UTI”, expõe a juíza.

 

 

Artigo anteriorEduardo Braga grava para o horário eleitoral gratuito
Próximo artigoDois homens são presos ao tentarem entrar em presídio com droga escondida no ânus