A juíza Mirza Telma, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, voltou atrás e decidiu mandar o traficante José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, de volta para o Complexo Penitenciário Anísio Jobim, localizado no quilômetro 8 da BR 174 (Manaus/Boa Vista), onde ele cumpre pena por tráfico de drogas.
Por volta de 16h policiais da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) que desde ontem faziam a segurança da casa de Zé Roberto, no Núcleo 21 da Cidade Nova, onde ele estava, aguardaram a chegada da ambulância e levaram de volta ao Compaj.
“Zé Roberto da Compensa”, líder da facção criminosa Família do Norte, foi liberado ontem pela juíza para passar 30 dias em casa para se recuperar de uma cirurgia realizada no joelho, no último final de semana no Hospital Adventista.
Mirza Telma voltou atrás depois de manhã desta quinta-feira receber um ofício da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) que tem como titular o coronel Louismar Bonates, no qual afirma que “todos os estabelecimentos penais da capital dispõem de enfermaria devidamente adequadas”.
Em seu despacho para mandar Zé Roberto de volta ao Compaj, a juíza disse: “Causou-me estranheza a resposta do Secretário de Administração Penitenciária”.
No seu despacho de ontem dando o benefício a Zé Roberto a diz: “Porém, o meu despacho está baseado em dois laudos médicos expedidos por Amandio Medeiros Lima e André Pires, do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), respectivamente. No qual os dois afirmam que as unidades não possuem condições de oferecer recuperação ao preso”, explica.
O primeiro laudo, assinado por Lima, foi expedido no dia 8 de maio e diz que “a instituição não possui condições necessárias para um pós-operatório adequado conforme indicado, sendo favorável a tratamento domiciliar”. No segundo laudo, expedido no dia 26 de maio, Pires afirma que “a instituição não possui condições necessárias para promover um pós-operatório ortopédico adequado conforme indicado, sendo favorável ao tratamento domiciliar no período de 30 dias”.
A magistrada conta que, antes de assinar o despacho e ao receber o segundo laudo, solicitou da secretaria informações a cerca da unidade prisional, se havia ou não condições de receber o apenado no pós-operatório, mas não obteve resposta. “Essas informações do secretário Bonates só chegaram as minhas mãos na manhã desta quinta-feira, após a minha decisão. Agora pergunto: Por que a secretaria não me comunicou quando isso foi solicitado?”, questiona.
A escolta que está sendo feita na casa de José Roberto foi solicitada pelo próprio MP-AM, mas a juíza garante que não é para a segurança do condenado, mas sim para a segurança da sociedade. “Como ele é perigoso, havia suspeita de que ele viesse a fugir e, se ele fugisse, iria voltar a vida do crime e, com isso, colocaria em risco toda a sociedade”, finalizou. Quanto ao número de policiais na casa do apenado, a magistrada declarou que não é de sua competência e sim da secretaria.