Lágrimas de crocodilo para Leo Moura

Após dez anos Leonardo Moura sairá do Flamengo para uma equipe pequetitinha do futebol estadunidense. Merece as honrarias da despedida pela década de Gávea, sem dúvida. É inegável sua identificação com o clube. Mas cobri-lo de glórias, como se estivesse ele no nível dos grandes rubro negros da história, é grosseiramente ridículo.

Antes de chegar à Gavea, Leo tinha passado por nove equipes em nove anos. Conquistou zero título. Chegou em meio à crise perpétua que o clube vive desde 2002 (graças a Edmundo Santos Silva, ISL e outros muy amigos). Ganhou posição graças a elencos fracos. Sim, ergueu dez títulos em dez anos. Mas não foi líder em nenhum, nunca foi protagonista em campo.

Teve um bom momento entre 2005 e 2007, quando, junto de Juan, formou uma boa dupla de laterais. Mas desde seu auge, há oito anos, escalar Leo exige a presença de três volantes para cobrir um lateral que nunca marca e que há sete anos não vai à linha de fundo. Um lateral que corta para o meio mesmo sem ter pé esquerdo. Jaílton, Airton e Amaral estão na conta dele.

Feito capitão do Flamengo, Leo é acusado nos bastidores de liderar motins que derrubaram incontáveis treinadores. Ele nega, é claro. Mas há quem conheça o clube e o veja por trás da desestabilização de Cuca, Ney Franco, V(W)anderlei(y) Luxemburgo, Caio Júnior, Andrade… Ao contrário do que alguns de seus fãs defendem, ele não é uma unanimidade flamenguista.

Deveria ser obrigatório render homenagem a jogadores que dedicam grande parte de suas carreiras a um mesmo clube. Esse é um óbvio mérito de Leo Moura. Mas a saída dele não se compara à de nenhum grande ídolo, por mais que alguns insistam em reescrever os livros. Na história dos grandes herois flamenguistas, Leo Moura não passa de uma nota de rodapé.

Boa sorte para ele nos Estados Unidos.

Blog do Savarese

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