Lava Jato suspeitava que Alexandre Ramagem era policial corrupto, avalia The Intercept

247 – O delegado Alexandre Ramagem nem foi oficialmente apresentado como novo chefe da Polícia Federal, como quer Jair Bolsonaro, e já enfrenta dura resistência devido à intimidade que ostenta com os ‘primeiros filhos’ da República.

A força-tarefa da Lava Jato, no entanto, já desconfiava de Ramagem há mais de 5 anos. Segundo o The Intercept, para os procuradores do Ministério Público Federal em Curitiba, Ramagem era um nome ligado ao PT que estaria buscando “melar” a operação.

A reportagem do site fundado por Glenn Greenwald destaca que “além disso, se preocupavam com a amizade que o nome de Bolsonaro para a Polícia Federal mantinha com um procurador preso e denunciado pela venda de informações de investigação ao grupo JBS. Essas duas suspeitas foram compartilhadas por Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato no Paraná, em conversas no aplicativo Telegram que foram entregues ao Intercept. A desconfiança surgiu em 2015, quando Deltan Dallagnol dividiu uma preocupação com os colegas do MPF sobre um delegado oculto até aquele momento.”

Leiam trechos das mensagens de Deltan Dallagnol, coordenador da operação:

21 de julho de 2015 – Grupo PF – MPF Lava Jato 2

Deltan Dallagnol – 00:52:00 – Info de inteligência: Fanton tem grande amigo, carioca, na direção geral, o qual é mto ligado ao PT, e esperaria favor político futuro em troca de infos para melar o caso, segundo algumas fontes dizem

Luciano Flores – 07:35:00 – Hummm valeu, Deltan! Vamos ver se procede essa história do Fanton…

Marcio Anselmo – 09:22:41 – [Mensagem não encontrada]

Anselmo – 09:22:45 – Hein?

Carlos Fernando dos Santos Lima – 10:57:24 – Se tiverem o nome desse suposto delegado carioca, me avisem para eu poder passar para o pessoal nosso que está acompanhando as investigações.

Igor Romário de Paula – 11:01:22 – Pode deixar… Estou o do hoje para Brasília e vou tentar descobrir

Segundo o The intercept, “já naquela época a Lava Jato vivia em guerra com o delegado Mario Fanton, que havia acusado seus colegas paranaenses de manipulação de provas e que acabou denunciado por violação de sigilo funcional.”

Leia mais sobre a nova Vaza Jato, aqui, no site do The Intercept Brasil. 

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