O governo da Venezuela informou estar enviando nesta quarta-feira (17) 2 mil soldados para San Cristóbal, capital do estado de Táchira, na fronteira com a Colômbia, após uma noite de roubos na qual um jovem de 15 anos morreu. A maior parte das lojas e empresas da cidade, que é uma área significativa de radicalismo anti-governo, foi fechada e protegida por soldados hoje, embora roubos tenham continuado em setores mais pobres, segundo moradores. A informação é da agência Reuters. Maduro, soldados, Venezuela, San Critóbal, Táchira
Barricadas de lixo, pneus e areia foram colocadas nas ruas, à medida que a vida cotidiana parou na cidade, que foi um centro de agitações em 2014 contra o presidente Nicolás Maduro. Durante os saques, pessoas fugiram com itens como café, fraldas e óleo de cozinha, em um país onde a brutal crise econômica fez com que alimentos básicos e remédios sumissem das prateleiras.
Em alguns lugares falta combustível e a petroleira estatal PDVSA culpou os bloqueios nas estradas por faltas de gasolina em algumas partes do país nesta quarta-feira.
Milhares de pessoas têm ido às ruas na Venezuela desde o início de abril pra exigir eleições, liberdade para ativistas presos, ajuda estrangeira e autonomia para o Legislativo, controlado pela oposição. O número de mortos não para de subir e já chega a pelo menos 43. O governo de Maduro acusa a oposição de tentar um golpe e diz que muitos dos manifestantes não são mais do que “terroristas”.
ONU alerta
Com a pressão internacional contra o governo da Venezuela crescendo, o Conselho de Segurança da ONU chamou atenção para a crise do país pela primeira vez nesta quarta-feira.
“A comunidade internacional precisa dizer à Venezuela: respeite os direitos humanos de seu povo ou isto irá em uma direção que vimos muitos outros irem… [como] a Síria, a Coreia do Norte, o Sudão do Sul, Burundi, Mianmar”, disse a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, após a sessão”.
O enviado da Venezuela na ONU, Rafael Ramírez, por sua vez, acusou os EUA de tentar derrubar o governo Maduro. “O envolvimento dos EUA estimula a ação de grupos violentos na Venezuela”, disse, mostrando fotos de vandalismo e violência que disse terem sido causados por apoiadores da oposição.