Após sofrer sanções dos Estados Unidos, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou hoje (22) como “persona non grata” os dois diplomatas norte-americanos sediados em Caracas. Com a declaração, Maduro determinou a expulsão do encarregado de negócios, Todd Robinson, e do ministro conselheiro, Brian Naranjos, do território venezuelano.
Os dois diplomatas terão 48 horas para deixar a Venezuela. A reação dos Estados Unidos foi definida após a reeleição de Maduro, no último domingo (20).
Maduro expediu a ordem depois de ser proclamado presidente da República Bolivariana da Venezuela para mais um mandato de seis anos, no período 2019-2025. A cerimônia foi na sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em Caracas.
De acordo com o presidente reeleito, as sanções impostas pelos Estados Unidos afetam diretamente a população venezuelana, causando danos econômicos e financeiros.
Na lista de sanções, está uma série de exigências para o pagamento das dívidas públicas e de títulos venezuelanos para limitar a capacidade do Executivo bolivariano de liquidar ativos em território estadunidense. Também há a proibição de comprar qualquer dívida prometida como garantia após a entrada em vigor da ordem executiva, assinada ontem pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Reações às eleições
No poder desde 2013, Maduro foi reeleito por 67,7% dos votos. Mas o resultado das eleições foi contestado, não só pela oposição venezuelana como também por boa parte da comunidade internacional. Mais de 50% do eleitorado da Venezuela se absteve de votar.
O Brasil e mais 13 nações emitiram uma declaração, assinada pelo Grupo de Lima, em repúdio à reeleição de Maduro. Argentina e mais cinco países também reagiram ao resultado das eleições, informando que não vão reconhecer o pleito como legítimo.
A Venezuela vive uma grave crise econômica, política e social. Imigrantes venezuelanos buscam refúgios no Brasil e demais países vizinhos devido ao desabastecimento e ausência de perspectivas em Caracas e arredores.