O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi deverá reunir-se na próxima segunda-feira (17) com o secretário de Agricultura do governo norte-americano, Sonny Perdue, em Washington, para discutir a retomada de exportações de carne para os Estados Unidos. A viagem foi confirmada pelo secretário-executivo da pasta, Eumar Novacki, que está em Genebra participando de reunião do Codex Alimentarius, grupo vinculado à Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentacão (FAO).
A visita ocorre após a suspensão, no final de junho, de todas as importações de carne fresca do Brasil, devido a preocupações recorrentes sobre a segurança dos produtos destinados ao mercado americano. Maggi havia manifestado a intenção de ir pessoalmente aos Estados Unidos depois da decisão norte-americana e, em coletiva de imprensa no mês passado, Novacki disse que o ministro viajaria apenas se fosse confirmada reunião com Perdue.
O Ministério da Agricultura ainda não divulgou a previsão da agenda que será cumprida pelo ministro durante a viagem.
Foram 17 anos de negociações para que o Brasil conseguisse exportar carne fresca para os Estados Unidos, o que se concretizou em setembro do ano passado. No total, 15 plantas frigoríficas exportavam carne in natura para os Estados Unidos e acumularam, de janeiro a maio, US$ 49 milhões com esse comércio.
Motivos
Para a pasta, os problemas comunicados pelo governo norte-americano são decorrentes da vacinação contra a febre aftosa, que poderia causar inflamações. A aparência fica comprometida, segundo o ministério, mas o produto não oferece nenhum risco a saúde.
O Brasil exporta para os Estados Unidos a parte dianteira do boi inteira, local onde o gado recebe a vacina contra a febre aftosa. Mesmo que não esteja aparente, alguma inflamação pode ser detectada quando a peça é cortada.
Soluções
Para solucionar a questão, o ministério determinou que os frigoríficos brasileiros passassem a exportar para os Estados Unidos carnes in natura de cortes dianteiros apenas na forma de recortes, cubos, iscas ou tiras, o que permitiria a retirada dessas partes.
Seis entidades do agronegócio propuseram outra solução: pediram ao governo federal, nesta semana, uma mudança na composição da vacina contra febre aftosa aplicada em todo rebanho bovino. A mudança seria necessária para evitar esses abscessos. O ministério já havia anunciado que investigaria os lotes de vacinas contra febre aftosa aplicadas nos animais.