O chefe da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, foi reeleito por unanimidade para um novo mandato de cinco anos como titular do Al Fatah, partido mandatário do movimento palestino. A decisão foi tomada no sétimo congresso da organização, que aconteceu na última terça-feira (29) no palácio presidencial de Ramallah, na Cisjordânia. As informações são da Agência ANSA.
A eleição acabou definitivamente com os boatos, divulgados majoritariamente pelos opositores internos de Abbas e que já circulam há um tempo, de que a reunião desta terça seria a ocasião de ver pela primeira vez o futuro do Al Fatah sem seu atual presidente. Com 81 anos, o sucessor de Yasser Arafat pôde liderar com firmeza o Al Fatah e impedir o avanço de Mohammed Dahlan, considerado o seu principal opositor.
Expulso em 2011 do partido palestino, Dahlan ainda tem um consistente número de seguidores e várias vezes países do chamado “quarteto árabe”, composto por Emirados Árabes, Egito, Arábia Saudita e Jordânia, pedem a Abbas que readmita Dahlan na legenda.
O Al Fatah é o coração da Organização da Libertação da Palestina (OLP), na qual estão representados os diversos grupos políticos palestinos, inclusive o Hamas, grupo armado terrorista. O partido também tem o poder de estabelecer a política palestina frente a Israel, com as negociações e acordos de paz entre os dois.
Após a vitória de Abbas, o líder do Hamas, Khaled Meshaal, enviou uma mensagem na qual disse que o seu grupo “está pronto para todos os requerimentos para a sua associação com o Fatah e com todas as forças palestinas para beneficiar nosso povo, a sua causa, e a sua batalha contra a ocupação de Israel”. Meshaal também insistiu na necessidade do “reconciliação” com o Al Fatah, para “por um fim na divisão palestina”, objetivo em jogo há um tempo, mas por enquanto sem nenhum resultado.
Na conferência desta terça, participaram 1.322 delegados da Cisjordânia, de Gaza e outras 60 delegações de 28 países e de organizações externas, como do Partido Comunista Chinês, a Internacional Socialista e o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) na área, Nikolay Mladenov. No congresso, que tem cinco dias de duração, também se elegerá um comitê central, com 22 membros, e o Conselho Revolucionário, com 125 membros.