O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na manhã desta 2ª feira (24.ago.2020) que perguntas de jornalistas às vezes dão raiva, mas que a reação do presidente da República foi descabida.
No domingo (23.ago.2020), Jair Bolsonaro disse o seguinte a 1 repórter do jornal O Globo sobre depósitos de Fabrício Queiroz à primeira-dama, Michelle Bolsonaro: “Vontade de encher sua boca de porrada, seu safado”.
Queiroz é amigo da família e foi chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro, filho do presidente, na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). Flávio hoje é senador.
O Ministério Público investiga suposto esquema de“rachadinha” quando o filho do presidente era deputado estadual. Trata-se da prática de políticos se apropriarem de salários de assessores pagos pelo poder público.
“Claro que muitas vezes as perguntas que vocês [jornalistas] fazem a cada 1 de nós a gente não gosta, fica com raiva. É da natureza humana. Agora, não cabe uma reação desproporcional como a do presidente”, declarou Rodrigo Maia. Ele falou em entrevista à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre.
“A gente tem que entender que as nossas liberdades, a liberdade individual, liberdade de imprensa, liberdade de expressão, liberdade religiosa, todas elas têm uma importância fundamental em qualquer civilização e qualquer sociedade”, disse Rodrigo Maia.
“Uma frase com esse impacto vinda do presidente do Brasil, figura mais importante da política brasileira, ela certamente gera 1 impacto muito negativo internamente e externamente”, afirmou o presidente da Câmara.
Bolsonaro passou a falar menos com a imprensa nos últimos meses. Também reduziu os atritos com os outros Poderes. A menor exposição coincide com o afunilamento das investigações sobre Fabrício Queiroz.
Maia afirmou que o período em que o presidente da República causou poucos atritos foi “muito positivo para o Brasil e para o próprio governo”.
“Seria bom que a gente mantivesse o mesmo caminho e, como sempre, tratando a questão da liberdade de imprensa como inegociável para a nossa democracia”, declarou Maia.