Mais de 2 mil militares da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb) e organismos de seguranças do estado se deslocaram para a região conhecida como invasão de San Antonio del Táchira, na fronteira com a Colômbia, anunciou a emissora venezuelana Telesur.
Ontem (21), o presidente Nicolás Maduro anunciou estado de exceção constitucional em seis municípios que fazem fronteira com a Colômbia para reestabelecer a paz na região e combater grupos paramilitares. Segundo texto publicado na página do governo venezuelano, a medida vale por 60 dias e pode ser prorrogada por mais 60.
Na última quinta-feira (20) a Venezuela já havia anunciado o fechamento de parte da fronteira com a Colômbia por 72 horas, depois que disparos foram feitos contra três militares venezuelanos que participavam de uma operação de combate ao contrabando de alimentos e produtos. A medida foi prorrogada pelo governo e a fronteira vai permanecer fechada até que a ordem e a paz sejam reestabelecidas e que os responsáveis pelo ataque sejam capturados.
O presidente Nicolás Maduro enviou uma mensagem ao presidente colombiano Juan Manuel Santos dizendo que assim como a Venezuela auxilia o país vizinho para alcançar acordos de paz, pede que a Colômbia também ajude a estabelecer a paz na fronteira.
Juan Manuel Santos pediu ao ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, que uma comissão seja enviada à região de Santander para auxiliar a população afetada pela medida venezuelana, até que a situação seja solucionada, “por vias diplomáticas e da comunicação”, diz o site da presidência da Colômbia,.
Para o presidente colombiano a resposta venezuelana não deveria ser o fechamento das fronteiras e sim uma colaboração mais eficaz entre as autoridades dos dois países já que ambos possuem o mesmo objetivo e interesse: eliminar tráfico de drogas e o contrabando de produtos na fronteira.
Para o mandatário colombiano, o fechamento das fronteiras prejudica a população de ambos os lados. Ele lembrou que crianças precisam atravessar a fronteira para ir à escola e que a medida também traz custos econômicos.
De acordo com a Agência Venezuelana de Notícias, as chanceleres venezuelana e colombiana, Delcy Rodríguez e María Ángela Holguín vão se reunir para discutir e articular mecanismos de segurança e paz na região.