Malafaia, Bolsonaro, a UTI e a infecção oportunista. Por Kiko Nogueira

Se Jair Bolsonaro sobreviveu à facada em Juiz de Fora, há dúvidas sobre seu estado depois da visita de Silas Malafaia e Magno Malta no hospital.

Num oportunismo abjeto mesmo para seus padrões, Malafaia combinou com o candidato do PSL de fazer proselitismo na UTI do Einstein.  

O dono da Assembleia de Deus Vitória em Cristo gravou um vídeo com o sujeito na cama, ligeiramente passado, mas obviamente curtindo a palhaçada.

“Eu disse pra ele que Deus é especialista em transformar causa em benção”, afirma, olhando para a câmera.

“Creio que Deus vai te tirar daqui, que há um projeto pra nossa nação, que o Brasil é do senhor Jesus, e não vai ser essa cambada que é contra valores de família e bem estar da nação que vai destruir nosso país.”

Bolsonaro responde que “foi milagre, mesmo”.

Malafaia espalhou nas redes a fake news de que “o criminoso que tentou matar Bolsonaro é militante do PT e assessora a campanha de Dilma ao Senado em Minas”.

Onde estão aqueles evangélicos que não compactuam com os métodos desse senhor?

Por que se calam?

Silas Malafaia comanda um exército pronto a disseminar ódio, mentira e doença. Pagam o dízimo para que isso se perpetue.

Se a facada, de certo modo, humanizou Bolsonaro durante 12 horas, o espetáculo canalha de Silas e companhia repõe as coisas em seus devidos lugares.

Derrotar esse fascismo vagabundo, vitaminado pelo ataque de um maluco, é mais urgente que nunca.

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