Em greve desde terça-feira (29), os trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Manaus paralisaram totalmente a frota, e a população ficou sem ônibus nesta quinta-feira (31). Os trabalhadores, que reivindicam melhores salários, chegaram a manter 30% dos ônibus nas ruas, mas hoje, segundo a prefeitura, a paralisação foi total.
A rodada de negociações da tarde de ontem (30) terminou sem acordo entre os Sindicatos das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas e dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Manaus (Sinetram). Atualmente, as nove concessionárias que operam o transporte coletivo na cidade transportam, em média, 750 mil passageiros.
Os trabalhadores afirmam que as empresas resistem às reivindicações, que giram em torno de um reajuste real de 6,5%. O advogado do Sinetram, Fernando Morais, disse que as empresas só voltam a negociar com os rodoviários após o fim da greve. “Não é possível a negociação sob coação. A coação é um instrumento ilegal para obter acordo. Não tem cabimento. Em um ambiente livre e legal podemos voltar a negociar.”
A Prefeitura de Manaus vai entrar com ações civis públicas na Justiça do Trabalho cobrando multas mais pesadas contra os sindicatos dos trabalhadores e das empresas. Agentes do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito reforçam a fiscalização nas ruas.
O Tribunal Regional do Trabalho determinou nesta quinta-feira o bloqueio de R$ 20 mil das contas do Sindicato dos Rodoviários por considerar a paralisação ilegal e abusiva. Para cada hora de greve, serão cobrados R$ 300 mil de multa da entidade que representa os trabalhadores.